> >
Entenda por que julgamento no STF sobre 2ª instância pode beneficiar Lula

Entenda por que julgamento no STF sobre 2ª instância pode beneficiar Lula

Ex-presidente foi preso em abril de 2018 antes de esgotados os recursos nos tribunais superiores. Supremo vai analisar ações de casos de prisão após decisão em segunda instância na quinta-feira (17)

Publicado em 14 de outubro de 2019 às 19:54

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
STF: corte terá julgamento polêmico nesta quinta-feira (17). (José Cruz/Agência Brasil)

Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para quinta-feira (17) o julgamento das ações que discutem a constitucionalidade da prisão de condenados em segunda instância, o que pode beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Em jogo, estão ações que pedem para o STF declarar constitucional o artigo 283 do Código de Processo Penal, que diz que ninguém pode ser preso exceto em flagrante ou se houver sentença condenatória transitada em julgado - ou seja, após o julgamento dos recursos nas instâncias superiores.

Desde 2016 a jurisprudência do próprio Supremo o tem autorizado a execução da pena de réus condenados em segunda instância, antes de esgotados os recursos nos tribunais superiores, como foi o caso de Lula, preso em abril de 2018. O petista foi detido após condenação de segunda instância por lavagem de dinheiro e corrupção passiva no caso do tríplex, no Guarujá, em São Paulo.

Veja ponto a ponto abaixo o histórico da matéria, o que será julgado e como isso afeta a situação do ex-presidente.

  • 01

    Fevereiro de 2009

    No julgamento do habeas corpus de um réu que havia sido condenado em 2ª instância mas pedia o direito de recorrer em liberdade, o STF decidiu, por 7 a 4, que a execução da pena ficou condicionada ao trânsito em julgado (quando não cabe mais recurso)

  • 02

    Fevereiro e outubro de 2016

    Em fevereiro de 2016, o STF decidiu que as prisões podem ser autorizadas depois de condenação em segunda instância e confirmou a jurisprudência em outubro. O placar foi de seis votos a cinco. No entanto, desde então, nos casos concretos de pedidos de habeas corpus em favor de condenados em segunda instância, os resultados têm sido diferentes, dependendo da Turma do STF que julgue a ação.

  • 03

    Abril de 2018

    Na ocasião do julgamento do habeas corpus do ex-presidente Lula, o STF confirmou, mais uma vez, a jurisprudência em favor da prisão em segunda instância.

  • 04

    Em pauta na próxima quinta-feira (17)

    O ministro Dias Toffoli, presidente da Corte, agendou para a próxima quinta-feira (17) o julgamento de ações sobre prisão de réus condenados por tribunal de segunda instância. São duas Ações Declaratórias de Constitucionalidade, a ADC 44, requerida pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e a ADC 43, do Partido Ecológico Nacional (PEN), hoje Patriota. As duas ADCs contestam a possibilidade de execução da pena de um condenado antes do esgotamento de todos os recursos. A ideia é que seja este o julgamento definitivo sobre o tema.

  • 05

    Como a discussão pode afetar Lula?

    Em janeiro de 2018, Lula foi condenado pelo TRF-4, tribunal de segunda instância, a 12 anos e 1 mês de prisão. No dia 5 de abril do mesmo ano, foi preso. A condenação foi por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do tríplex de Guarujá (SP). Como ainda cabiam recursos e a matéria estava no segundo grau, a prisão do ex-presidente poderia ser suspensa no caso de um entendimento de que é preciso esgotar todos os recursos antes de prender o réu. Ou seja, exatamente o que estará em debate no STF nesta semana.

  • 06

    Terceira instância

    Posteriormente, entretanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que é considerado uma terceira instância, manteve a condenação do petista por unanimidade. Isso foi em abril de 2019. Mas Lula ainda tem um recurso (embargos) pendente de análise no STJ.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais