Cresce a cada dia o anseio da população brasileira pela imunização contra o novo coronavírus, que já provocou mais de 200 mil mortes no país. A vontade de superar o interminável e trágico 2020 ganhou importantes capítulos na primeira semana de 2021. Isso porque duas das quatro vacinas em testes no Brasil apresentaram à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pedidos de uso emergencial dos imunizantes — o que pode garantir o início da vacinação ainda em janeiro.
Na quinta-feira (7), o governo de São Paulo divulgou que a Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, havia alcançado uma eficácia de 78% em casos leves da Covid-19 e 100% em casos graves, o que deve provocar uma diminuição do número de infecções. Nesta sexta-feira (8), um dia após a divulgação, o Butantan enviou à Anvisa o pedido de uso emergencial.
No início da tarde de sexta-feira, um outro acontecimento que dá esperança ao povo brasileiro: a Fiocruz também pediu a aprovação do uso emergencial. A Fundação tem uma parceria para desenvolvimento da vacina de Oxford/AstraZeneca, já utilizada em outros países, como no Reino Unido.
Os dois pedidos acontecem horas após o Brasil atingir a marca de 200 mil mortes por Covid-19. A Anvisa, responsável pela autorização das vacinas em território brasileiro, tem um prazo de dez dias para analisar os dados e decidir sobre as liberações. A epidemiologista Ethel Maciel falou sobre a vacina em entrevista à Rádio CBN Vitória (92,5 FM) nesta sexta-feira (8). Veja abaixo.
Uma eficácia geral de 70%, acima do estabelecido como mínimo. Um erro de dosagem chegou a colocar em dúvida a credibilidade do imunizante. Por erro, alguns voluntários receberam meia dose e depois uma dose completa, no lugar de duas doses inteiras. Por isso, dois níveis distintos de eficácias foram registrados: 90% entre aqueles que receberam uma dose e meia; 62% para os que receberam duas doses, como era previsto.
Duas, em um intervalo de três meses. Em publicação nesta sexta-feira, a Fiocruz explicou que com apenas uma dose, a vacina já alcança 73% de eficácia. De acordo com estudos da fundação, quando aplicada uma segunda dose com intervalo de três meses, a produção de anticorpos e da resposta imunológica aumentaria cerca de oito vezes.
Não há data definida para início da vacinação. O Ministério da Saúde, liderado pelo General Eduardo Pazuello, diz aguardar as licenças e negociações.
O Plano Nacional de Imunização estabelece como grupo prioritário os trabalhadores da área da saúde, pessoas com 75 anos ou mais, pessoas de 60 ou mais que vivem em instituições como asilos, povos e comunidade ribeirinhas e população indígena em terras demarcadas aldeadas. Em uma segunda etapa estão as pessoas entre 60 e 74 anos. Na terceira, pessoas com comorbidades
A vacina é baseada no adenovírus. A ideia é que uma proteína entre nas células e provoque o combate à doença. Em entrevista à CBN Vitória, a Doutora em Epidemiologia e professora da Ufes, Ethel Maciel, explicou que é como se a vacina promovesse um "treinamento no organismo". "Ela (vacina) irá nos ensinar sobre a defesa. Nosso sistema imunológico pode impedir a multiplicação do vírus", completa.
O pedido emergencial é para as duas milhões de vacinas importadas da Índia, uma estratégia, segundo a Fundação, para antecipar o início da distribuição no país. O uso emergencial, de acordo com as normas brasileiras, garante vacinação para parte específica da população. A Fiocruz planeja pedir o registro definitivo até o dia 15 de janeiro, para então, garantir o acesso da população ao imunizante.
A produção de vacina de Oxford será realizada pela Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca. As primeiras 100 milhões de doses fabricadas no Brasil devem ficar prontas até julho de 2021. A exceção está no pedido emergencial, que pretende utilizar as vacinas importadas do Instituto Serum, da Índia.
A primeira entrega será de duas milhões de doses importadas da Índia. De acordo com o planejamento da Fiocruz, 54 milhões de doses devem ser entregues até abril. A marca de 100 milhões de doses deve ser alcançada até julho de 2021. Ao longo do ano, entre agosto e dezembro, serão mais 110 milhões de doses de vacinas produzidas internamente.
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