Entidades médicas estão preocupadas com a falta de medicamentos para sedação, usados no processo de intubação em pacientes com complicações decorrentes do coronavírus.
Segundo o Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde), secretarias estaduais de saúde relatam ter dificuldade de abastecimento desses remédios nas últimas três semanas.
Das 25 secretarias que responderam ao levantamento do conselho, feito no começo de junho, 24 apontaram falta do bloqueador muscular, um dos medicamentos listados pela entidade.
Ainda segundo a pesquisa, mais da metade das secretarias estão com falta pelo menos 11 dos 13 medicamentos com desabastecimento relatado.
Na lista, há medicamentos sedativos, anestésicos e bloqueadores neuromusculares utilizados na instituição da intubação orotraqueal.
A CNSaúde (Confederação Nacional de Saúde) também recebeu relatos, nas últimas duas semanas, apontando para a falta de sedativos.
"Temos recebidos informações de grandes redes que têm tido dificuldade de comprar esse tipo de medicamento", afirma Bruno Sobral, secretário-executivo da confederação.
Segundo ele, a indústria se queixa do preço dos princípios ativos, geralmente importados, que subiu com o aumento do dólar e com a alta demanda mundial por esses tipos medicamento. Nesse cenário, a indústria não está conseguindo comprar e vender pelo preço estipulado, explica Sobral.
A CNSaúde contabilizou 17 tipos de sedativos em falta baseada nas informações que receberam. "Os hospitais precisam desse medicamento porque não conseguem fazer a intubação [sem eles]. Faz-se um esforço enorme para criar leitos, comprar respiradores, e aí não consegue entubar?", diz ele.
A confederação registra um maior número de relatos de falta no Norte e no Nordeste do país, regiões que ficam mais distantes de São Paulo e Rio de Janeiro, por onde costumam chegar os insumos no Brasil. No entanto, mesmo nesses últimos dois estados há registro de falta do medicamento.
Segundo Conass, o Ministério da Saúde respondeu a solicitação de apoio que a própria instituição fez e afirmou ter iniciado adoção de medidas para regularizar os estoques desses medicamentos.
O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) elaborou uma relação de medicamentos que podem ser usados como alternativa.
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