O candidato derrotado ao governo do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (PSB), disse na noite deste domingo (2) que sua campanha e todo o campo de esquerda erraram ao achar que o "Brasil de 2018" não se repetiria este ano, com forte expressão do bolsonarismo nas urnas.
"Não foram só os institutos de pesquisa que erraram, todos nós erramos. Não enxergamos um Brasil de 2018 que juramos que não se repetiria. Esse Brasil em parte foi repetido. Não imaginávamos que um projeto de extrema-direita teria tanta força", disse. Ele falou a jornalistas brevemente, no comitê de campanha, na Lapa.
Freixo obteve 27,58% dos votos válidos neste primeiro turno, contra 58,4% do governador reeleito Cláudio Castro (PL). Trata-se de uma diferença de 2,5 milhões de votos que, segundo Freixo, levaria sua campanha à segunda volta em qualquer outro Estado, exceto no Rio.
Mesmo assim, Freixo reconheceu e parabenizou Castro pelo resultado, que definiu como incontestável. Ele disse que vai torcer pelo governo reeleito, mas prometeu fazer oposição política em nome de um outro projeto para o Estado que passa por uma "ampla aliança que envolve o centro democrático", que definiu como inédita no Estado até então. O símbolo desse movimento foi a aproximação com partidos como o PSDB, de seu vice na chapa, o ex-prefeito Cesar Maia, e o Cidadania.
A essa altura da entrevista, Freixo fez uma reflexão sobre a atual penetração dos partidos de esquerda junto às camadas mais populares da população. Ele disse que o trabalho de base que sempre desenvolveu em escolas e comunidades tem tido menos alcance em função de uma mudança do perfil social, religioso e econômico da população.
"Há um Rio de Janeiro que o campo democrático não conseguia conversar, sequer enxergar para chegar. Existe uma outra base que não é percebida, entendida", resumiu, ao dizer que já há algum tempo vem tentando identificar e se conectar com essa faixa da população.
Ele ponderou que, ao contrário dos partidos, o ex-presidente Lula ainda seria capaz de dialogar com essas camadas populares em função do recall de seus dois governos, razão pela qual liderou o resultado das urnas no País e chega para disputar a Presidência com boas chances no segundo turno.
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