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Escondidos, políticos e empresários de MG tomam vacina contra a Covid

Escondidos, políticos e empresários de MG tomam vacina contra a Covid

Grupo de 50 pessoas tomou a primeira dose da vacina da Pfizer, comprada por conta própria, mas que deveria ser repassada ao SUS

Publicado em 24 de março de 2021 às 21:51- Atualizado há 4 anos

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O imunizante da Pfizer já recebeu a aprovação definitiva da Anvisa
O imunizante da Pfizer já recebeu a aprovação definitiva da Anvisa. (Divulgação)

 Políticos e empresários de Minas Gerais, tomaram a primeira das duas doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19, que eles compraram por iniciativa própria, sem repassar ao SUS (Sistema Único de Saúde). A afirmação foi publicada pela revista Piauí.

O grupo, que teria sido imunizado na terça-feira (23), é composto por uma maioria ligada ao setor de transportes no Estado, de acordo com a reportagem. Além deles, seus familiares também foram vacinados.

A segunda dose está prevista para ser aplicada nas cerca de 50 pessoas daqui a 30 dias. As duas doses custaram a cada pessoa R$ 600.

Os irmãos Rômulo e Robson Lessa, donos da viação Saritur, foram os organizadores da vacinação, de acordo com a revista. Um posto de vacinação foi montado em uma garagem da empresa. A reportagem diz que telefonou e mandou mensagem para Rômulo e até as 20h desta quarta (24) não havia obtido resposta.

O ex-senador Clésio Andrade, ex-presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), foi um dos vacinados. "Estou com 69 anos, minha vacinação [pelo SUS] seria na semana que vem, eu nem precisava, mas tomei. Fui convidado, foi gratuito para mim", disse ele à revista.

O Congresso aprovou há cerca de 20 dias uma lei que autoriza a compra de vacinas pela iniciativa privada. As empresas, no entanto, são obrigadas a doar ao SUS todas as doses até que os grupos de risco - 77,2 milhões de pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde - tenham sido imunizados em todo o país.

O projeto é de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

MORTES POR COVID

O Brasil vacinou menos de 15 milhões de pessoas até agora. O país alcançou, nesta quarta-feira (24), a assustadora marca de 300 mil óbitos pela Covid-19. O número é tão grande que supera a população de 98,3% das 5.570 cidades brasileiras.

Mesmo depois da imunização dos grupos prioritários, as vacinas compradas pela iniciativa privada devem ser divididas meio a meio com o SUS, numa operação fiscalizada pelo ministério. A pasta foi procurada, mas não respondeu ao questionamento da reportagem.

De acordo com a reportagem, o deputado estadual Alencar da Silveira (PDT-MG) também foi vacinado. Questionado, ele negou. "Não estou sabendo, não. Até gostaria, mas estou com coronavírus, nem posso", afirmou à Piauí.

O grupo teria sido vacinado por uma enfermeira que atrasou porque estava imunizando outro grupo na Belgo Mineira, mineradora hoje pertencente à ArcellorMittal Aços.

A Pfizer disse, em nota, que "nega qualquer venda ou distribuição de sua vacina contra a Covid-19 no Brasil fora do âmbito do Programa Nacional de Imunização. O imunizante COMIRNATY ainda não está disponível em território brasileiro. A Pfizer e a BioNTech fecharam um acordo com o Ministério da Saúde contemplando o fornecimento de 100 milhões de doses da vacina contra a COVID-19 ao longo de 2021".

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