AGÊNCIA FOLHAPRESS - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) se irritou nesta sexta-feira (4) e não quis responder se manterá no cargo o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, denunciado pelo Ministério Público sob acusação de envolvimento no esquema de laranjas do PSL.
Na chegada ao Palácio do Alvorada, o presidente reclamou que a imprensa, que o questionou sobre a situação do ministro, só faz perguntas negativas e não reconhece as conquistas de seu mandato.
"Sem comentários", disse. "Não tem coisas boas para perguntar para mim? Ralo o dia todo e não tem uma coisa para perguntar?", questionou.
Após falar com um grupo de simpatizantes, o presidente disse que está com a "cabeça quente" e pediu desculpas aos jornalistas presentes. "Pessoal, pedir desculpa aí. Eu estou com a cabeça quente. Desculpa", disse.
A denúncia do Ministério Público de Minas Gerais foi tomada depois do indiciamento do ministro pela Polícia Federal, revelado na manhã desta sexta pelo jornal Folha de S.Paulo.
A investigação policial, iniciada com base em reportagens da Folha de S.Paulo, concluiu que Álvaro Antônio comandou um esquema de desvio de recursos públicos por meio de candidaturas femininas de fachada nas últimas eleições.
Mais cedo, antes da denúncia, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, havia dito que Bolsonaro iria manter Álvaro Antônio no cargo. Após o Ministério Público, ninguém do governo se pronunciou sobre o assunto.
Desde o mês passado, o presidente já vinha avaliando o rebaixamento de Álvaro Antônio para o posto de secretário especial, fundindo a pasta do Turismo a do Meio Ambiente. O PSL, partido do presidente e do ministro, tem defendido a sua permanência na função.
Nesta sexta, porém, o líder da sigla no Senado, Major Olimpio, defendeu que o ministro renunciasse.
"No lugar do ministro [Álvaro Antônio], eu pediria para sair e retomaria o mandato de deputado federal para me defender no Parlamento. E até para defender o governo e a estrutura", disse Major Olimpio.
O Ministério Público anunciou a denúncia contra Álvaro Antônio sob a acusação de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa -com penas previstas de até cinco, seis e três anos de cadeia, respectivamente.
Os crimes são os mesmos pelos quais ele foi indiciado pela PF. Agora, a Justiça decidirá se aceita ou não a denúncia. Em caso positivo, Álvaro Antônio se torna réu e passa a responder a processo.
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