A Novo Nordisk, fabricante de medicamentos usados para emagrecimento como Ozempic e Wegovy, reforçou o esquema de segurança no transporte dos medicamentos diante dos roubos em farmácias. A empresa afirma que "diante da grande procura por seus medicamentos, tem reforçado suas medidas de segurança na cadeia de distribuição, visando a segurança e conformidade dos processos até os pontos de venda".
A fabricante ressalta também que os estabelecimentos comerciais são responsáveis pela preservação do estoque após o recebimento dos produtos. Em São Paulo, a ação de quadrilhas especializadas em medicamentos de alto custo miram o Ozempic em decorrência da alta procura. Os roubos têm feito com que drogarias repensem a logística e reduzam o estoque nas unidades. Há casos em que farmácias foram assaltadas mais de cinco vezes pelo mesmo criminoso.
A reportagem da Folha mostrou que há relatos de assaltos à mão armada, e a roubos feitos por intimidação, quando os ladrões obrigam os funcionários a entregar os medicamentos. Antes de realizarem o roubo, costumam ligar para as farmácias para perguntar se há o remédio disponível no local. Enquanto uma caixa de Ozempic pode custar de R$ 929 a R$ 1.063 nas grandes redes de farmácias, no mercado clandestino o medicamento é vendido por valores inferiores, a depender do bairro em que é comercializado.
Também estão na mira dos bandidos o Saxenda, indicado para emagrecimento, e o Venvanse, prescrito para TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção). O remédio se tornou um hit entre executivos, principalmente de regiões como a av. Faria Lima, em São Paulo, por aumentar o foco e desempenho no trabalho. A Takeda, fabricante do Venvanse, não respondeu se está reforçando esquema de segurança pra evitar novos roubos. A empresa disse que notifica as autoridades competentes sempre que recebe informações de venda ilegal de seus medicamentos como forma de apoias a fiscalização de ações ilegais na área da saúde.
A SSP (Secretaria de Segurança Pública) afirma que atua para prevenir todos os crimes, incluindo roubos à farmácia. A pasta não respondeu se há alguma estratégia de segurança específico para os roubos de medicamento. Além dos roubos, também foram localizadas falsificações da caneta emagrecedora. A pirataria do Ozempic, que ganhou destaque nos Estados Unidos e Europa, foi identificada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no Brasil.
Em nota, a Novo Nordisk afirma que "a comercialização ilícita de seus medicamentos é uma violação da lei e representa um risco significativo para a saúde dos pacientes, visto que, de acordo com a Anvisa, medicamentos irregulares não oferecem garantias de eficácia, segurança e qualidade exigidas para produtos sob vigilância sanitária, podendo representar risco de dano e ameaça à saúde."
Entre os riscos de comprar o medicamento por vias não oficiais está o armazenamento inadequado, uma vez que as canetas precisam de sistema de refrigeração adequado para manter a segurança e eficácia das drogas.
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