Investigado no inquérito das "rachadinhas", o policial militar da reserva Fabrício Queiroz quer tentar uma vaga na Câmara dos Deputados nas próximas eleições. Embora ainda não saiba por qual partido concorrerá, ele sonha ser apoiado pela família do presidente Jair Bolsonaro. "Se eu tiver o apoio deles, com certeza serei o deputado mais votado do Rio de Janeiro", afirmou Queiroz, em entrevista ao Estadão.
Ele observou, porém, que não conversou com nenhum dos integrantes do clã Bolsonaro sobre a intenção de concorrer em outubro. A avaliação entre aliados de Bolsonaro é de que a candidatura poderia gerar desgaste para a campanha à reeleição do presidente.
Queiroz confirmou que teve uma reunião com a presidente nacional do PTB, Graciela Nienov. Também disse que pretende marcar um encontro com o dirigente do partido no Rio, o deputado estadual Marcus Vinícius Neskau. O parlamentar é investigado na Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio.
Ex-assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Queiroz afirmou que está disposto a conquistar uma cadeira na Câmara dos Deputados e se tornar colega parlamentar de Flávio. "Minha pretensão é, sim, ser (candidato) a deputado federal", disse ele.
Embora o PTB seja o partido da preferência do PM da reserva, ele não descarta uma filiação a outro partido, desde que seja "conservador". Segundo ele, sua pré-candidatura tem o apoio de "várias páginas (na internet) de direita".
Queiroz foi acusado de, no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), ter comandando um esquema de "rachadinha", que consiste na devolução de salários de funcionários do gabinete. De acordo com o Ministério Público do Rio, o então assessor entregava os valores ao então deputado. Ambos negam e apontam irregularidades no processo, que praticamente parou na Justiça.
Queiroz chegou a ser preso preventivamente em junho de 2020, em Atibaia. Mas passou pouco menos de um mês na cadeia. O Superior Tribunal de Justiça lhe concedeu o direito à prisão domiciliar. Poucos meses depois, a mesma Corte lhe garantiu a liberdade. Em novembro, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que a investigação só poderá andar com uma nova denúncia.
O senhor é candidato a deputado federal?
Eu tenho a pretensão, sim, de ser (candidato) a deputado federal, mas não defini o partido ainda.
Já conversou com dirigentes e partidos a respeito?
Tive uma conversa com a dirigente do PTB. A conversa foi boa, mas, em momento nenhum, discutimos a minha candidatura ou mesmo a minha filiação. Foi uma conversa informal, descontraída.
O senhor pretende se filiar ao PTB? Ou tem outro partido em vista?
A minha tendência é ir para o PTB, mas não conversei ainda com o presidente (do partido) aqui no Rio, o Neskau. Mas estou vendo um partido aí que seja conservador e minha pretensão é, sim, vir (como candidato) a deputado federal.
Uma pré-candidatura teria o apoio da família do presidente Jair Bolsonaro?
Não estou pedindo apoio de ninguém, minha candidatura é independente. Quem me apoia são os conservadores, várias páginas de direita que, no privado, conversam comigo, falam que eu devo vir (candidato). Então estou acreditando nisso aí e venho independente.
Mas e se tiver apoio da família Bolsonaro?
Se eu tiver o apoio deles, com certeza serei o deputado mais votado do Rio.
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