A faculdade de direito da Universidade de Buenos Aires (UBA) decidiu cancelar um evento virtual que teria como principal orador o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, apenas horas depois de divulgá-lo em sua página oficial e nas redes sociais.
No flyer, a palestra é descrita como um debate sobre "o combate à corrupção, a democracia e o Estado de direito" e Moro é apresentado como "juiz da República Federativa do Brasil", omitindo sua passagem pelo governo de Jair Bolsonaro e o fato de hoje ele ser ex-juiz. O evento ocorreria no próximo dia 10 de junho.
O convite a Moro havia sido feito pelo Centro de Estudos sobre Transparência e Luta, vinculado ao ex-presidente Mauricio Macri e a seu partido, o PRO (proposta republicana).
O assunto viralizou rápido nas redes, causando muita reação negativa por parte de lideranças políticas de esquerda ou ligadas ao kirchnerismo -corrente do peronismo hoje no poder, com o presidente Alberto Fernández e a vice, Cristina Kirchner.
Deputados e ministros se manifestaram. Um deles foi a titular da pasta da Mulher, Gênero e Diversidade, Elizabeth Gómez Alcorta, que postou: "Compartilho o repúdio a essa atividade, em uma universidade pública em que se deve formar as pessoas para a defesa do Estado de Direito e das garantias constitucionais".
A embaixadora da Argentina na Rússia, Alícia Castro, afirmou que Moro "é o emblema da manipulação da Justiça com fins partidários e o responsável pelo 'lawfare' que foi provocado, sem provas, contra o ex-presidente Lula da Silva".
Menções à prisão de Lula predominaram nas notas de repúdio e nas postagens, tanto de lideranças políticas como de outros internautas.
A deputada governista Julia Perié, disse: "A faculdade de direito da UBA está propondo essa atividade com aquele que mandou prender Lula por suposições, não permitindo que fosse candidato, e logo depois assumiu como ministro de Justiça de Bolsonaro. Vem para falar de corrupção. Uma vergonha!".
Depois da chuva de críticas, a UBA anunciou que a atividade estava cancelada.
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