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Falsas aplicações de vacina no Rio amedrontam idosos e profissionais da saúde

Falsas aplicações de vacina no Rio amedrontam idosos e profissionais da saúde

Teme-se que alguns profissionais da saúde fraudem a campanha de vacinação por dois motivos: uso próprio (para familiares, por exemplo) e revenda dos imunizantes

Publicado em 15 de fevereiro de 2021 às 16:09- Atualizado há 4 anos

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Vacinação dos profissionais de saúde, veterinários e agentes funerários com 60 anos ou mais de idade, que estão na ativa, na Clínica da Família Estácio de Sá, na região central da cidade. O município do Rio de Janeiro ampliou hoje (27) o público-alvo da campanha de vacinação contra a covid-19.
Frasco de vacina contra a Covid-19: imunização segue a passos lentos no Brasil . (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A suspeita de que três idosos tenham recebido doses vazias de vacina, em cidades diferentes do estado do Rio, disseminaram um duplo medo: dos pacientes, mas também dos agentes de saúde, temerosos com uma caça às bruxas despropositada.

Um dos casos ocorreu em Petrópolis, com uma mulher de 94 anos. Um vídeo mostra a hora em que uma técnica de enfermagem aplica uma seringa aparentemente esvaziada.

Outro episódio aconteceu em Niterói, onde uma técnica de enfermagem que atendia num drive-thru espeta o braço de um idoso, mas não pressiona o êmbolo. O imunizante não sai da seringa.

O terceiro exemplo se passou na capital fluminense e se resolveu no mesmo dia, após familiares do idoso alertarem ao técnico que a dose não havia sido injetada. Em Petrópolis e Niterói, as profissionais de saúde foram afastadas, e os idosos, vacinados em casa depois.

Os três casos foram confirmados pelas respectivas prefeituras. Isolados, aumentaram o receio em postos de saúde e clínicas, tanto do lado dos que recebem a vacina quanto dos que as administram.

Cláudia, uma enfermeira que prefere não dizer o sobrenome, conta que já foi cobrada aos gritos pela filha de uma senhora que ela imunizou num posto na zona norte carioca. A familiar achou que o procedimento tinha sido rápido demais e ficou desconfiada.

Em Petrópolis, a prefeitura passou a encorajar seus munícipes a ajudar na fiscalização dos profissionais, gravando o momento da injeção. Suspeitas de fraude devem ser enviadas para um canal de WhatsApp criado para acolher denúncias. Um novo vídeo chegou por ali, mas, ao que tudo indica, a suposta falcatrua na aplicação aconteceu em outra cidade.

A gravação com a mulhere 93 anos que recebeu a falsa aplicação viralizou na internet até chegar a um servidor petropolitano. A técnica acusada de não injetar a dose de Coronavac foi ouvida nesta segunda (15). A Secretaria de Saúde afirmou que ela declarou que o erro não foi intencional e que houve um problema com a seringa, que ela não teria percebido.

Segundo a prefeitura, assim que ficaram a par do caso, "as equipes fizeram imediatamente contato com a família, e a idosa foi vacinada no sábado [13]". A Secretaria de Saúde petropolitana diz que se tratou de caso isolado e que "mantém o controle das vacinas".

Na capital do estado, profissionais estão sendo orientados a, antes de perfurarem braços, mostrar que estão enchendo as seringas. Vale também para depois: exibir a ampola com o conteúdo esvaziado. Segundo a Secretaria de Saúde, "fotos e imagens estão totalmente liberadas no momento da aplicação".

Teme-se que alguns profissionais da saúde fraudem a campanha de vacinação por dois motivos: uso próprio (para familiares, por exemplo) e revenda dos imunizantes no mercado clandestino.

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