O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, destacou no domingo (3), que a força-tarefa formada por agentes públicos de diversas instâncias, pescadores e voluntários tentará conter a poluição por óleo que atingiu neste fim de semana o Arquipélago de Abrolhos, no sul da Bahia. Um plano de contenção civil está sendo executado desde o dia 12 e já evitou a chegada à área de 19,2 mil quilos de resíduos.
Silva sobrevoou Abrolhos no domingo e destacou que nenhuma mancha havia sido relatada e a limpeza do material encontrado sábado estava em andamento. Segundo ele, foi montado um cerco com seis embarcações, quatro da Marinha e duas da Petrobrás. "E temos também lançado botes e mergulhadores nossos para fazer vistoria nos corais. Isso sem contar o pessoal do ICMBio (ambiental). E há a participação fundamental das pequenas embarcações - que só elas podem entrar em alguns lugares. Se precisar, ainda mobilizaremos o Exército."
A Associação Mãe Reserva Extrativista de Canavieiras (Resex), que trabalha com pescadores e voluntários, observou que a primeira mancha de petróleo foi relatada no dia - com 120 quilos de óleo. Chamada de "SOS Mangue Mar Canes", a iniciativa já retirou quase 20 mil quilos de poluentes de dentro do mar e da faixa de areia. De acordo com Carlos Pinto, da Resex, a região é monitorada 24 horas, com aval do ICMBio, que ajuda com transporte e alimentação, além de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). "Nossa equipe está agindo em caráter de urgência mesmo. Como o vento mudou de direção, pode ser que isso colabore com a chegada de mais óleo", completa.
Ele destaca o risco à economia local, pois mais de 2,5 mil famílias sobrevivem da venda de pescados. "Quando não encontrarmos mais nada, ainda vamos observar por mais 15 a 30 dias."
O total de resíduos retirados de praias do Nordeste já chega a 4 mil toneladas. Silva reiterou ontem que a investigação sobre o derrame foca no navio Bouboulina, sem dar detalhes. A empresa do petroleiro nega vazamento.
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