BRASÍLIA - O futuro ministro da Secretaria de Relações Institucionais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Alexandre Padilha (PT), atrelou nesta segunda-feira (26) as tentativas de atos terroristas no Distrito Federal a grupos bolsonaristas e disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) incentiva as ações.
No último sábado (24), uma bomba foi encontrada nas imediações do Aeroporto Internacional de Brasília. O artefato explosivo foi plantado por um bolsonarista que participava de manifestações em frente ao quartel-general do Exército na capital federal.
"Ele [Bolsonaro] incitou hordas bolsonaristas a tentarem fazer algum tipo de reação, a desrespeitarem as instituições, e transformaram as frentes dos quartéis em incubadoras de atos violentos, de atos que tentam desrespeitar a democracia e o resultado eleitoral", disse Padilha.
Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, George Washington de Sousa, 54 anos, confessou que tirou suas licenças como CAC (categoria que reúne caçadores, atiradores e colecionadores) em outubro de 2021, inspirado em Bolsonaro.
"Nós ganhamos as eleições e o atual presidente da República, em um gesto antidemocrático, ainda não reconheceu a derrota, não teve o gesto de fazer uma ligação ao presidente eleito, já diplomado", completou o petista.
A segurança está sendo reforçada para a posse de Lula. Segundo Padilha, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, e o próximo diretor da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, já estão cuidando dos preparativos para o evento, que poderá chegar a 300 mil pessoas.
Em entrevista nesta segunda-feira (26), Dino afirmou que irá antecipar alguns atos de segurança para a manhã do dia 1º para que não haja vácuo de poder.
"Queria reforçar o convite às pessoas: venham a Brasília, venham celebrar e reforçar a democracia, a vitória do voto popular", seguiu Padilha, em frente ao hotel onde Lula está hospedado.
Futuro responsável pelas articulações políticas do governo, Padilha fez ainda um deboche sobre o respeito de Bolsonaro por seus apoiadores quando respondia sobre a viagem do presidente aos Estados Unidos nesta semana.
Ele já decidiu que não passará a faixa a Lula. As opções de como o presidente eleito receberá a faixa estão sendo fechadas pela equipe de transição.
"Essa atitude de fugir do Brasil, de ir para os braços do [ex-presidente norte-americano Donald] Trump, é típica de um líder de barro, que demonstrou, após as eleições, que não tem a mínima condição de dirigir o Brasil e nem de liderar um movimento. Fico imaginando aqueles seguidores que ele têm — uma minoria praticando atos de ódio —, a cara deles, quando Bolsonaro foge do Brasil."
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