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Frequentadores depositam flores diante do Museu Nacional

Frequentadores depositam flores diante do Museu Nacional

Oferendas são colocadas aos pés da estátua de Dom Pedro II

Publicado em 5 de setembro de 2018 às 14:52

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Museu Nacional do Rio de Janeiro continua interditado pela Defesa Civil após ter sido destruído por um incêndio na noite do último domingo. (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Muito emocionada, a moradora do Maracanã Tânia Duarte Freire, de 56 anos, interrompeu o passeio de bicicleta pela Quinta da Boa Vista, para depositar quatro buquês de flores diante da estátua de D. Pedro II, em frente ao Museu Nacional. Ela disse que essa foi a forma que encontrou para demonstrar luto e tristeza pelo incêndio que no domingo destruiu boa parte do prédio e o acervo da instituição.

- O museu é nossa História. Pegou fogo e algumas pessoas do poder vão dizer que as viúvas vêm chorar. Mas essas viúvas existem de verdade. Então vim trazer flores para tentar conquistar isso com mais cidadania e não com violência. E para dizer que a gente ama a História. Pode ser que para algumas pessoas não represente muita coisa, mas tem gente que valoriza. Eu leio muitos livros de História, eu conheço a História do Brasil. Isso para mim foi muito triste - lamentou.

Ela disse ser frequentadora assídua do parque e do museu, onde esteve pela última vez durante a comemoração dos 200 anos, em junho. Tânia pediu autorização aos guardas municipais, que permitiram sua entrada no espaço isolado por grades. Outras pessoas têm prestado tributo ao museu destruído pelas chamas com flores colocadas aos pés do monumento ao imperador que criou a instalação, há dois séculos.

Além dos quatro buquês depositados por Tânia, havia pelo menos outros quatro buquês e um vaso com flores. Nas grades, que limitam o espaço até onde as pessoas podem chegar, foram colocados vários cartazes com mensagens de apoio e indignação.

ATRAÇÃO PARA CURIOSOS

O museu praticamente em ruínas não deixa de atrair a atenção de curiosos e antigos frequentadores. Alguns interrompem a caminhada para uma selfie em frente ao prédio.

A advogada Cristiane Sodré Lima, de 48, antiga moradora de São Cristóvão que agora reside na Região dos Lagos, aproveitou a passagem pelo Rio, para ver o estado do museu, em companhia da mãe Iracema, de 60, e dos filhos Sofia Luz, de 8, e Paulo Sérgio, de 12. Ela também estava triste com o que aconteceu:

- Estudei o Pedro II e morei em São Cristóvão, onde ainda tenho casa, e sempre venho aqui. Sozinha e com as crianças. O sentimento é de tristeza. A gente tem fotos das visitas. A memória é que fica - disse.

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