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Fugitivos de Mossoró tiveram ajuda do Comando Vermelho, diz Lewandowski

Fugitivos de Mossoró tiveram ajuda do Comando Vermelho, diz Lewandowski

Os fugitivos foram encontrados e presos nesta quinta-feira (4) em Marabá, no Pará, após 50 dias de buscas. Eles voltaram para o mesmo presídio e ficaram em celas separadas

Publicado em 4 de abril de 2024 às 17:05

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O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse nesta quinta-feira (4) que os dois fugitivos da penitenciária federal de Mossoró (RN) tiveram ajuda externa de organizações criminosas e estavam a caminho do exterior quando foram presos.

 "Eles, obviamente, foram coadjuvados por criminosos externos. Tiveram auxílios de seus comparsas e das organizações criminosas às quais eles pertenciam", disse o ministro, ao se pronunciar sobre o caso. Os fugitivos foram encontrados e presos em Marabá, no Pará, após 50 dias de buscas.

Além disso, o ministro esclareceu que os dois homens voltarão para a mesma unidade prisional e ficarão celas separadas. "Eles voltarão para a penitenciária de onde fugiram, em Mossoró, totalmente reformulada. Haverá inspeção diária. A direção foi trocada. De lá certamente não se evadirão", afirmou.

Crise

A fuga, fato inédito em presídios federais, ocorreu na madrugada do dia 14 de fevereiro e expôs o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a uma crise justamente em um tema explorado por adversários políticos, a segurança pública.

A fuga, a primeira registrada nesse sistema desde sua implantação (em 2006), colocou em teste a gestão de Ricardo Lewandowski com apenas 13 dias à frente do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. A administração das penitenciárias federais é de responsabilidade da pasta, que teve a sua primeira crise em 13 dias sob o novo titular (que substituiu Flávio Dino, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal).

Mais de 600 policiais foram envolvidos nas operações, incluindo cem integrantes da Força Nacional. Helicópteros e drones foram usados nas buscas. A fuga provocou uma crise no governo e causou medo na população local. O juiz federal Walter Nunes, corregedor do Penitenciária Federal de Mossoró, disse à Folha que, "sem dúvidas", esse foi o episódio mais grave da história dos presídios de segurança máxima do país.

Os dois presos estavam em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), onde as regras são mais rígidas que as do regime fechado. Nesse tipo de ala há um local para o banho de sol para que os detentos não tenham contato com outros presos. As investigações ainda apuram se houve ajuda de agentes penitenciários, de outros funcionários ou pessoas de fora na fuga. As hipóteses estão sendo investigadas, mas já há consenso de que houve falha na inspeção.

O presídio de Mossoró também abriga Luiz Fernando da Costa, conhecido como Fernandinho Beira-Mar, que foi transferido em janeiro deste ano para a unidade. A fuga da penitenciária federal de Mossoró ocorreu logo após o Carnaval, na madrugada da Quarta-Feira de Cinzas, quando, segundo o ministro da Justiça, as pessoas estão mais "relaxadas".

Como aconteceu

A fuga, a primeira registrada nesse sistema desde sua implantação (em 2006), colocou em teste a gestão de Ricardo Lewandowski com apenas 13 dias à frente do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. A administração das penitenciárias federais é de responsabilidade da pasta, que teve a sua primeira crise em 13 dias sob o novo titular (que substituiu Flávio Dino, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal).

Mais de 600 policiais foram envolvidos nas operações, incluindo cem integrantes da Força Nacional. Helicópteros e drones foram usados nas buscas. A fuga provocou uma crise no governo e causou medo na população local. O juiz federal Walter Nunes, corregedor do Penitenciária Federal de Mossoró, disse à Folha que, "sem dúvidas", esse foi o episódio mais grave da história dos presídios de segurança máxima do país.

Os dois presos estavam em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), onde as regras são mais rígidas que as do regime fechado. Nesse tipo de ala há um local para o banho de sol para que os detentos não tenham contato com outros presos. As investigações ainda apuram se houve ajuda de agentes penitenciários, de outros funcionários ou pessoas de fora na fuga. As hipóteses estão sendo investigadas, mas já há consenso de que houve falha na inspeção.

O presídio de Mossoró também abriga Luiz Fernando da Costa, conhecido como Fernandinho Beira-Mar, que foi transferido em janeiro deste ano para a unidade. A fuga da penitenciária federal de Mossoró ocorreu logo após o Carnaval, na madrugada da Quarta-Feira de Cinzas, quando, segundo o ministro da Justiça, as pessoas estão mais "relaxadas".

De acordo com o governo do Acre, Tatu e Deisinho, que se declaram integrantes do Comando Vermelho, estavam entre os 14 presos transferidos para o sistema federal, em setembro passado, suspeitos de liderarem a matança. Eles cumpriam penas de 74 anos e 81 anos, respectivamente, no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, destinado a abrigar chefes do crime. Ambos foram condenados a crimes envolvendo roubo à mão armada, ainda conforme informações do Governo do Acre.

Lewandowski e uma comitiva foram a Mossoró no dia 18 de fevereiro para acompanhar as buscas pelos foragidos. Ele disse que os problemas na penitenciária não afetam a segurança dos demais presídios federais em esforço do governo federal para que a fuga inédita não deixe o sistema penitenciário cair em descrédito. "A minha presença aqui é, antes de mais nada, [para] mostrar que o governo federal está presente", destacou o ministro.

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