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Fugitivos de Mossoró usaram material de obra e fizeram buraco no teto, aponta investigação

Fugitivos de Mossoró usaram material de obra e fizeram buraco no teto, aponta investigação

Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, chamado de Deisinho, fugiram de um Presídio de Segurança Máxima nesta quarta-feira

Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 07:58

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Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho, abriram um buraco no teto da cela e conseguiram escapar do local, durante o banho de sol.
Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho, abriram um buraco no teto da cela e conseguiram escapar do local. (Reprodução)
CONSTANÇA REZENDE E RAQUEL LOPES

A principal suspeita até o momento sobre a primeira fuga registrada em presídio federal do país, nesta quarta-feira (14), no presídio de Mossoró, é de que os dois presos teriam usado materiais de uma obra do pátio da penitenciária como instrumentos na ação, de acordo com pessoas com acesso à investigação.

Ainda de acordo com a linha do inquérito, Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho, abriram um buraco no teto da cela e conseguiram escapar do local, durante o banho de sol.

Ainda não há informações se houve ajuda de agentes penitenciários, de outros funcionários ou pessoas de fora na fuga. As duas hipóteses estão sendo investigadas, mas já há consenso de que houve falha na inspeção. A prioridade no momento é capturar os fugitivos.

Os dois presos estavam em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), onde as regras são mais rígidas que as do regime fechado. Nesse tipo de ala há um local para o banho de sol para que os detentos não tenham contato com outros presos.

O presídio de Mossoró também abriga Luiz Fernando da Costa, conhecido como Fernandinho Beira-Mar, que foi transferido em janeiro deste ano para a unidade.

Segundo pessoas ouvidas pela Folha, a fuga aconteceu durante a madrugada, por volta das 3h.

O secretário nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça, André Garcia, marcou viagem a Mossoró para acompanhar a busca pelos foragidos e a apuração das circunstâncias da fuga.

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) também atua nas rodovias federais na busca pelos dois homens.

Mais cedo, as secretarias estaduais de Segurança Pública e de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte anunciaram, por meio de nota, que realizam patrulhamento aéreo usando um helicóptero na região de Mossoró.

O governo estadual, comandado por Fátima Bezerra (PT), informou que fez contato com as secretarias de Segurança Pública da Paraíba e do Ceará para a realização de ações integradas de reforço policial nas divisas entre os estados.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, está em São Paulo, de onde monitora as ações para encontrar os fugitivos. Essa é a primeira crise de seu mandato como ministro no governo Lula (PT).

Ao todo, há cinco presídios federais de segurança máxima, localizados em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN), Porto Velho (RO) e Brasília (DF). A penitenciária que fica em Mossoró foi inaugurada em 2009 e tem capacidade para até 208 presos.

O sistema penitenciário federal tem a finalidade de combater o crime organizado, isolando as lideranças criminosas e os presos de alta periculosidade. As maiores lideranças do PCC e do Comando Vermelho estão em unidades federais.

O sistema também conta com atendimentos médicos, farmacêuticos, psicológicos, odontológicos, para que os presos saiam da unidade somente em casos extremos. Nunca houve registro de rebelião nem entrada de materiais ilícitos nas unidades penitenciárias.

Membros do Ministério da Justiça não explicaram ainda o detalhamento de como tudo aconteceu, mas falam em uma série de falhas porque o presos conseguiram sair da cela, passaram por câmeras de monitoramento e pela vigilância das guaritas.

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