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Funcionários de hospital em São Paulo protestam por falta de equipamentos

Funcionários de hospital em São Paulo protestam por falta de equipamentos

Os funcionários do Hospital Municipal Tide Setubal, em São Miguel Paulista (zona leste da capital paulista), fizeram um protesto contra a falta de equipamentos de proteção individual (EPIs)

Publicado em 17 de abril de 2020 às 18:52

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Data: 12/03/2020 - Médico com placa do coronavírus alerta para a doença. Freepik
Profissionais da saúde estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus. (Freepik)

Os funcionários do Hospital Municipal Tide Setubal, em São Miguel Paulista (zona leste da capital paulista), fizeram um protesto contra a falta de equipamentos de proteção individual (EPIs). Segundo os servidores, o trabalho está sendo feito com capa de chuva no lugar de avental impermeável, por exemplo.

A Secretaria Municipal da Saúde, gestão Bruno Covas (PSDB), diz que mantém os estoques abastecidos nos hospitais administrados pelo município.

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Com faixas reivindicando atenção ao hospital, equipamentos e proteção, o protesto foi composto por alguns representantes dos funcionários que atendem pacientes com Covid-19. Apesar de a manifestação ter sido durante o dia, pessoas que trabalham a noite participaram. Um conselheiro da comunidade e o sindicato da categoria também estavam no protesto. Mesmo durante a ação, o atendimento no hospital não foi paralisado.

Uma funcionária, que prefere não ser identificada, afirma que o protesto foi organizado após mais uma profissional ter sido detectada com sintomas da Covid-19 nesta quinta-feira (16). Ela estima que pelo menos 12 profissionais estão afastados por terem contraído o novo coronavírus.

A funcionária conta que a falta de materiais como óculos de proteção e máscara N95 já ocorria antes da pandemia. Atualmente, itens como viseira, macacão e avental também não estão disponíveis.

Outro funcionário, que também prefere não ser identificado, se sente desamparado. Ele diz que, nos últimos dias, alguns trabalhadores receberam kits incompletos e insuficientes para cumprir o plantão. "É muito triste. Só a gente que está na linha de frente sabe o que está acontecendo", afirma.

"A situação está completamente precária", afirma a funcionária. No caso da utilização de capas de chuva, ela explica que elas não são materiais adequados para o trabalho, já que rasgam, molham, não cobrem todo o braço e podem contaminar o trabalhador enquanto ele a veste ou retira.

"A gente está junto, trabalhadores e usuários", diz Fermina Silva Lopes, 66, uma das conselheiras da comunidade e representante do movimento de saúde da zona leste. "Estamos vivendo um momento muito difícil, com muito medo por não saber o dia de amanhã", completa.

Fermina afirma que questionou a direção do hospital sobre os equipamentos de proteção individual que foram doados, estão estocados e não foram distribuídos até o momento. A conversa aconteceu na semana passada. Segundo uma funcionária, apenas após a mobilização desta sexta-feira, álcool em gel e botas foram entregues.

OUTRO LADO

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde, gestão Bruno Covas (PSDB), diz que "tem mantido os estoques de EPI abastecidos em suas unidades de saúde para todos os profissionais envolvidos no atendimento a pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)". Segundo a pasta, todas as doações recebidas estão sendo distribuídas.

A secretaria afirma que importou testes para detectar contaminação pelo coronavírus e que parte deles serão usados em profissionais de saúde que apresentarem sintomas e pacientes internados nos hospitais municipais.

A prefeitura afirma que "negocia a compra de 12 milhões de máscaras cirúrgicas e 1 milhão do modelo N95, além de aventais impermeáveis".

Questionada pela reportagem, a administração municipal não comentou o uso de capas de chuva e nem informou quantos funcionários foram afastados do hospital por possível contaminação.

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