BRASÍLIA - O Fundo Amazônia será usado para ajudar a combater a crise de saúde na Terra Indígena Yanomami, afirmou nesta segunda-feira (30) Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima.
Segundo ela, a ideia é que o dinheiro seja utilizado para medidas emergenciais relacionadas à fome, ao tratamento de doenças, à segurança e, também, que seja destinado a operações para retirada de invasores do território.
"Estamos trabalhando para que haja um aporte de recursos rápido para as ações institucionais, sem prejuízo de comunidade no médio prazo", afirmou.
"[As ações envolvem] a questão da saúde; o tratamento ao problema da grave situação de fome, que está assolando as comunidades; a parte de segurança, para que essas pessoas possam ficar em suas comunidades, e isso tem a ver com operações de desintrusão do garimpo criminoso dentro dessas comunidades", completou.
Marina afirmou ainda que a ideia é que a utilização dos recursos do Fundo Amazônia não deve se limitar à terra Yanomami, mas pode abarcar também ações nos territórios Munduruku e Caiapó, outros que vivem situação grave em termos de violência e de saúde.
Ela se reuniu na manhã desta segunda (30) com a ministra da Cooperação da Alemanha, Svenja Schulze, e foi anunciado um aporte de 200 milhões de euros (R$ 1,1 bilhão) do país europeu para a área ambiental, de forma escalonada e para diversas ações diferentes relacionadas ao tema.
"[O dinheiro será usado] para ações diretas ao combate ao desmatamento, queimadas e, principalmente, projetos para termos alternativas, como a agricultura sustentável", afirmou Marina.
Mais cedo nesta segunda (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com ministros ara tratar da crise humanitária envolvendo o povo indígena yanomami.
Durante o encontro, foram discutidas e acordadas iniciativas prioritárias para barrar o transporte aéreo e fluvial na região que abaste as atividades criminosa e o garimpo.
"As ações também visam impedir o acesso de pessoas não autorizadas pelo poder público à região buscando não apenas impedir atividades ilegais, mas também a disseminação de doenças", declarou o governo, em nota. O documento, porém, não traz detalhes dessas ações.
Na questão sanitária, o governo também afirmou que é prioridade dar assistência nutricional ao povo, com alimentos adequados aos seus hábitos alimentares. Também vai buscar garantir a segurança dos profissionais de saúde, para que possam exercer suas atividades nas aldeias.
A nota divulgada pelo governo aponta ainda como prioridade neste momento garantir rapidamente o acesso a água potável por meio de poços artesianos ou cisternas. Também haverá uma ação para medir a contaminação por mercúrio — em virtude do garimpo — dos rios e nas pessoas.
"O presidente determinou que todas essas ações sejam feitas no menor prazo, para estancar a mortandade e auxiliar as famílias Yanomami", afirma o texto.
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