O governo federal informa ter informações de inteligência sobre um fluxo relevante de garimpeiros que estão deixando a Terra Indígena Yanomami. A movimentação ocorre após o presidente Lula ter decretado o bloqueio aéreo da região, inviabilizando a logística do garimpo.
A informação foi dada por Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, que faz neste sábado (4) uma nova visita a Roraima para acompanhar a situação dos yanomamis, que vivem uma situação de emergência sanitária. "Temos essa informação de que muitos garimpeiros estão saindo. É bom que saiam, assim a gente diminui a operação que vai ser feita. Se eles saem sem precisar da força policial, é melhor para todo mundo."
Ainda de acordo com a ministra, fontes locais, como os próprios indígenas e as equipes do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indigena) Yanomami, corroboram a informação sobre o êxodo de garimpeiros.
Guajajara diz que o governo federal elabora, em colaboração com o governo de Roraima, um plano para transportar os garimpeiros. Também há estudos para evitar que os envolvidos com a exploração ilegal de ouro migrem para outras terras indígenas, como ocorreu em 1992, na primeira operação maciça de desintrusão do garimpo na Terra Indígena Yanomami.
Em paralelo com o plano de remoção dos garimpeiros, o governo tomará outras iniciativas para solucionar a crise de saúde vivida pelos yanomamis nos últimos meses.
Sonia anunciou a construção de um hospital de campanha na região do Surucucu, uma das principais concentrações de indígenas dentro da área demarcada. Para isso, a pista de pouso do batalhão do Exército que atua na região será reformada é preciso que ela volte a comportar grandes aeronaves para que a estrutura seja levada até o local.
"O que temos agora ainda é essa realidade de que temos que remover os pacientes para a Casai [Casa de Saúde do Indígena], em Boavista. Mas estamos reformando a pista para que esse plano possa ser trabalhado".
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta