O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou neste domingo (30) o envio de notícia-crime contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP) para a PGR (Procuradoria-Geral da República), que deverá apresentar manifestação em três dias. A PGR é comandada por Augusto Aras.
O pedido de instauração de inquérito contra a parlamentar bolsonarista foi apresentado à corte pelo PT e por deputados federais do partido.
Neste sábado (29), Zambelli sacou uma pistola e apontou para um homem no meio da rua em área nobre de São Paulo Ela afirmou que foi xingada e agredida.
Um segurança da deputada foi preso pela Polícia Civil por ter atirado em via pública durante a perseguição. Ele foi liberado após pagar fiança.
A deputada teve a arma apreendida e foi liberada em seguida por não ter infringido a lei eleitoral, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública).
Em nota, a SSP afirmou que a perseguição ocorreu a mais de 100 metros de uma seção eleitoral e, portanto, não pode ser enquadrada como descumprimento da resolução eleitoral aprovada em dezembro do ano passado que proíbe o transporte de armas nas 48 horas que antecedem e posteriores ao dia de votação em endereços próximos de colégios eleitorais.
Emenda constitucional determina que parlamentares só podem ser presos em flagrante por crimes não afiançáveis. A imunidade prisional inerente ao cargo permite que a prisão seja julgada pelo plenário da Câmara dos Deputados, no caso de Zambelli.
Em entrevista à Folha, a Zambelli afirmou que estava almoçando com o filho de 14 anos, quando um grupo de pessoas a reconheceu e ficou do lado de fora.
Segundo a deputada, um homem, bastante exaltado, a ofendeu com palavrões e a chamou de prostituta. Além disso, de acordo com o relato, ela teria recebido uma cusparada e caiu no chão após ser empurrada.
"Eu estava almoçando com meu filho no bar, um homem começou a me xingar e falar que o Lula iria ganhar. Eu tenho porte federal de armas, [mostrei] até para ele parar", disse a deputada à Folha.
Um vídeo mostra o homem discutindo com Zambelli na calçada. A deputada cai no chão, levanta e sai correndo atrás dele junto com outro homem armado. É ouvido um disparo.
Ela afirma que queria que o homem parasse para que a polícia fosse acionada. Nesse momento, ela diz que alguém teria feito menção de sacar uma arma que estaria "velada" e fez um disparo para o alto.
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