Governadores tentam organizar um pacto nacional para reservar, a partir de junho, 10% das vacinas recebidas pelos estados para os profissionais da educação. A medida busca garantir a retomada das aulas presenciais em agosto em todo o país.
Eles se reuniram nesta quinta (27) para a assinatura do Pacto Nacional pelo Retorno Gradual, Seguro e Efetivo das Aulas Presenciais na Educação Básica.
A proposta prevê a definição de semanas específicas para a vacinação exclusiva de profissionais da educação em junho (para a aplicação da primeira dose) e em julho (para a segunda).
Levantamento do jornal Folha de S.Paulo mostrou que, passados 14 meses do início da pandemia, 14 estados e o Distrito Federal continuam sem aulas presenciais na rede pública. Nesses locais, só as escolas particulares estão recebendo alunos.
Segundo o Plano Nacional de Imunização (PNI), são cerca de 2,7 milhões de profissionais atuantes na educação básica, dos quais apenas 450 mil já receberam a primeira dose e 220 mil, a segunda. A vacinação deste grupo teve início apenas em sete unidades da federação: Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
Nesta sexta (28), depois de meses de apelo dos estados e municípios para incluir os profissionais da educação na vacinação, o Ministério da Saúde publicou nota técnica em que coloca o grupo na sequência da imunização.
Há um consenso entre os governadores de que o ensino remoto, embora tenha tido papel emergencial importante durante a pandemia, não é mais suficiente para conter os prejuízos educacionais.
"Uma resposta mais eficaz do poder público e das escolas só poderá ser dada com aulas em formato presencial", diz trecho do documento sobre o pacto.
Para os governadores, a vacinação dos profissionais que atuam em escolas públicas e privadas é a principal ação para garantir o retorno das aulas presenciais já que avaliam alta probabilidade de "permanência de um grave quadro pandêmico nos próximos meses, inclusive com a chance de uma terceira onda".
A avaliação é de que a imunização da categoria trará mais confiança e segurança à comunidade escolar e é também a forma mais eficaz de não fragilizar as estratégias de controle da pandemia com o aumento da mobilidade urbana que está atrelada à reabertura das escolas.
Sem nenhuma ação concreta do Ministério da Educação para ajudar estados e municípios a retomarem as aulas, o pacto entre governadores é visto como uma forma de evitar ainda mais a ampliação da desigualdade educacional no país.
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