O governo do estado de São Paulo não confirma mais o início da vacinação contra a Covid-19 para o dia 15 de dezembro, como havia sido anunciado pelo governado João Doria (PSDB) no fim de setembro.
Segundo Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, a Coronavac, vacina criada pelo laboratótio chinês Sinovac e que será produzida no Brasil, já se mostrou segura nos testes, mas ainda é necessário comprovar a sua eficácia.
Questionado nesta segunda-feira (19), se a data de vacinação estava mantida, Dimas Covas não confirmou.
"As perspectivas são relativamente otimistas, mas não podemos dar para você uma data precisa de quando isso vai acontecer. Esperamos que até o final deste ano o dossiê [da vacina] seja entregue na nossa Anvisa e que a Anvisa possa proceder muito rápido na análise desse registro."
Para comprovar a eficácia da Coronavac, o Butantan ainda precisa que ao menos 61 voluntários que participam dos testes, todos profissionais da saúde que trabalham diretamente com pacientes com Covid-19, tenham o diagnóstico comprovado de Covid-19.
Somente com a avaliação desses 61 casos será possível concluir o dossiê da Coronavac e entregar a documentação à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para avaliação e autorização do registro da vacina.
Segundo João Gabardo, coordenador executivo do centro de contingência da Covid-19, esse tem sido um entrave, pois a adoção de protocolos cada vez mais rígidos de segurança entre os trabalhadores da saúde fez a transmissibilidade do vírus cair entre esses profissionais.
"Nós queremos que tenha um número rápido de pessoas contaminadas, mas a nossa implementação de todos esses processos que reduzem a transmissibilidade jogam contra isso", explica Gabardo. Para tentar acelerar esse processo, a pesquisa vai admitir 13 mil participantes nesta fase.
Segundo Dimas Covas, a pesquisa pode alcançar os 61 infectados até novembro ou dezembro. Após a entrega do dossiê à Anvisa, o órgão tem até 60 dias para concluir a verificação da documentação.
Segundo Dimas Covas, os testes da fase 3 da vacina, com 9.000 voluntários e mais de 12 mil aplicações, apontam que a imunização é segura. Segundo dados apresentados em coletiva com o governador João Doria (PSDB), 35% tiveram reações adversas leves sete dias após a aplicação. Não foram registrados efeitos colaterais mais graves.
As reações mais comuns relatadas pelos voluntários foram dor no local da aplicação (19%) e dor de cabeça (15%). Febre baixa foi registrada em apenas 0,1% dos participantes, segundo Covas.
Nesta quarta-feira, o governador João Doria vai se reunir com o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e a presidência da Anvisa para discutir, entre outros assuntos, a inclusão da Coronavac no Programa Nacional de Imunização. A gestão tucana pretende que as doses que serão produzidas pelo Instituto Butantan possam ser aplicadas em outros estado no país.
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