O Ministério da Saúde mudou a orientação sobre a vacina contra a Covid fabricada pela Janssen. O imunizante, que vinha sendo usado em dose única, agora passará para o regime de duas aplicações, como já acontece com as injeções da Pfizer, Astrazeneca e Coronavac.
As pessoas com 18 anos ou mais que tomaram esse imunizante também receberão a dose de reforço após cinco meses do esquema primário completo.
O anúncio foi feito em entrevista coletiva do Ministério da Saúde nesta terça-feira (16), quando a pasta informou que a dose de reforço contra Covid estava liberada para toda a população adulta do país.
Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, as pessoas que completarem o esquema vacinal primário de duas doses da Janssen poderão tomar a dose de reforço, preferencialmente de outro imunizante.
"No início, a recomendação é que fosse de dose única. Hoje nós sabemos que é necessário essa proteção adicional. As pessoas que tomaram a vacina da Janssen irão tomar a segunda dose do mesmo imunizante. Como nós já temos quantitativo, não será um esforço muito grande", disse.
"Lá na frente, completou cinco meses da segunda dose, [a pessoa] receberá a segunda dose preferencialmente com uma vacina diferente", completou.
A Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, declarou que uma segunda dose de sua vacina contra Covid-19, aplicada cerca de dois meses depois da primeira, aumentou a eficácia para 94% nos Estados Unidos contra formas moderadas ou graves da doença.
A proteção com uma dose única da vacina, que é usada em diversos países, inclusive no Brasil, é de 70%
A farmacêutica acrescentou que a segunda dose aumentou os níveis de anticorpos de quatro a seis vezes. Quando dada seis meses depois da primeira, os níveis de anticorpos aumentaram 12 vezes.
Na entrevista coletiva desta terça, Queiroga defendeu a amplicação da dose de reforço como medida para "evitar o que tem acontecido na Europa". A Alemanha, por exemplo, cogita voltar ao regime de home office, enquanto a Holanda se tornou na sexta-feira (12) o primeiro país da Europa Ocidental a retomar medidas mais rígidas de isolamento social por causa da Covid.
O Brasil tem 58,9% da população com o primeiro ciclo vacinal completo. Cerca de 75,7% da população recebeu ao menos uma dose. Os dados são do consórcio formado pelos veículos Folha, Uol, O Estado de S. Paulo, Extra, o Globo e G1.
Segundo o site Our World in Data, vinculado à Universidade de Oxford, na Inglaterra, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos no percentual de vacinados contra Covid.
A informação foi compartilhada numa rede social pelo cientista Eric Topol, cardiologista, fundador e diretor do Scripps Research Translational Institute, e professor de Medicina Molecular no Scripps Research Institute. De acordo com ele, o Brasil se uniu a outros 55 países que superaram os índices americanos.
Para a população com menos de 18 anos, no Brasil apenas a Pfizer tem autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para aplicar a injeção contra a Covid em adolescentes que têm de 12 a 17 anos.
Na última sexta-feira (12), a agência recebeu o pedido de uso desse imunizante em crianças de 5 a 11 anos. A solicitação deverá ser analisada em um prazo de até 30 dias.
O Instituto Butantan, responsável no Brasil pela produção da Coronavac, afirma ter apresentado os documentos necessários para a liberação do imunizante para crianças, mas o órgão regulador nega ter recebido informações suficientes para a autorização.
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