O governo João Doria (PSDB) anunciou nesta sexta-feira (9) que o estado de São Paulo sairá da fase emergencial e irá para a vermelha, menos restritiva.
A mudança vale a partir de segunda-feira (12) e a princípio vigora até o domingo (18).
A informação, antecipada pelo UOL, foi divulgada durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, comandada pelo vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM), e sem a participação de Doria.
Apesar da alteração, várias limitações permanecerão. Aulas presenciais nas escolas estaduais vão voltar, mas continua havendo toque de recolher das 20h às 5h, por exemplo.
"A medida tomada na fase emergencial, o esforço nas últimas semanas começa a dar resultados", disse Garcia. O vice-governador afirmou não entender a mudança como um "relaxamento", mas como um "avanço em relação a medidas emergenciais".
Garcia fez uma apresentação para justificar a decisão. "Temos um efeito muito prático dessas estratégias. Já tivemos uma queda de internação importante na rede hospitalar de São Paulo, da ordem de 17%. A queda nas internações nos afirma a possibilidade de darmos passos adiante", disse.
Serão mantidas obrigatoriedade do teletrabalho para atividades administrativas, proibição de celebrações religiosas coletivas (missas e cultos), além da recomendação de escalonamento na entrada de serviço de diversos setores.
A flexibilização permitirá a realização de eventos esportivos profissionais, sem público, após as 20h, como os jogos do Campeonato Paulista de futebol.
Também ficam autorizadas a retirada de alimentos em restaurantes e a venda de material de construção.
No caso de lojas que não são de alimentos, também será permitida a retirada de produtos no local, desde que não haja entrada nos estabelecimentos. Nos shoppings, segundo o governo, há esquemas de entrega que funcionam, por exemplo, em estacionamentos.
O anúncio do governo vai na direção contrária de sinalização feita anteriormente pelo comitê de contingência contra a Covid-19, que nesta semana afirmou que era provável que as restrições fossem prorrogadas.
"É bem provável que nós continuemos com níveis de restrição que temos hoje por mais algum tempo, mas vamos aguardar os próximos dias", disse o médico Paulo Menezes, do comitê, na quarta-feira (7).
Nesta sexta (9), Menezes ressaltou que a mudança significa que o estado passa para a fase vermelha, mas mantendo algumas restrições anteriores. Ele afirmou que no final do mês o estado deve ter indicadores que possam possibilitar o avanço para a fase laranja em alguns lugares.
O médico João Gabbardo, também do comitê, insistiu que foram incorporadas várias medidas da fase emergencial "por entender que elas são importantes nesta transição que estamos passando neste momento".
"Não entendemos que sair da fase emergencial para a fase vermelha coloque em risco todo o trabalho feito até o momento. Nós vamos continuar na fase vermelha, com medidas de restrição que são bastante rígidas e ainda estamos incorporando medidas da fase emergencial".
O secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou que se trata de fase vermelha "mais rígida".
Segundo o governo, 81.750 pessoas morreram de coronavírus no estado. A ocupação de UTI é de 88,3% e, na Grande SP, é de 87,2%.
"Atentem que quinta-feira da semana passada nós tínhamos 13.500 pessoas internadas nas UTIs, com uma taxa de ocupação que chegava próximo de 93%. Hoje, são 12.681 pessoas internadas", disse Gorinchteyn.
O secretário da Educação, Rossieli Soares, citou que as escolas da rede estadual estarão abertas para aulas presenciais a partir de 14 de abril. No entanto, as aulas presenciais não são obrigatórias, e as escolas devem ter até 35% de ocupação.
Na rede estadual, terão prioridade alunos com defasagem de aprendizado, dificuldade de acesso à tecnologia, necessidade de alimentação escolar, cujos responsáveis trabalhem em serviços essenciais e com saúde mental sob risco.
"Temos um mapeamento com alto grau de ansiedade, depressão, suicídio, e é importante que a gente tenha nesse mapeamento uma prioridade de atendimento", disse Rossieli.
Além disso, foi adiantada a vacinação de profissionais de educação com mais de 47 anos para sábado (10) e de pessoas com 67 anos para segunda-feira (12).
O secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, apresentou o ranking da vacinação dos municípios de São Paulo. A cidade que mais vacinou no estado foi Santa Cruz da Conceição. A cidade que menos vacinou Piquete.
Restrições que continuam:
- Proibido atendimento presencial em todos serviços não essenciais;
- Toque de recolher das 20h às 5h;
- Obrigatoriedade do teletrabalho para atividades administrativas;
- Proibição de celebrações religiosas coletivas;
- Recomendação de escalonamento na entrada de serviço de diversos setores.
Passa a ser permitido:
- Aulas presenciais (a princípio, nas escolas estaduais), desde que com limite de 35% dos alunos;
- Eventos esportivos a partir das 20h, sem torcida;
- Retirada de produtos em restaurantes e demais estabelecimentos comerciais;
- Comércio de material de construção.
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