O estado de São Paulo pretende comprar 20 milhões de doses da vacina russa Sputnik V para incluir em seu programa de vacinação contra a Covid-19.
O estado, como todo o país, enfrenta o pior momento da epidemia do novo coronavírus e vê na imunização em massa uma possibilidade de superar a tragédia.
O problema, agora, é que já não há mais tanta disponibilidade da Sputnik V no mundo: 39 países aprovaram seu uso e a demanda por ela aumentou nas últimas semanas.
O fundo soberano russo que desenvolveu a vacina já disse que pode disponibilizar em curto prazo 10 milhões de doses ao Brasil. Mas elas seriam destinados prioritariamente ao PNI (Programa Nacional de Imunização), coordenado pelo Ministério da Saúde.
O secretário estadual da Saúde de SP, Jean Gorinchteyn, visitou nesta terça (2), com governadores, a fábrica da União Química em Brasília. Ela fez um acordo com o fundo soberano da Rússia e vai produzir o imunizante no Brasil.
"A proposta é a aquisição de 20 milhões de doses para SP. Precisamos muitas e todas as vacinas para a nossa população", escreveu Gorinchteyn em uma mensagem à coluna.
O governo de SP também investe na fábrica do Instituto Butantan, que está produzindo a Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac. Até o fim de abril, a instituição deve entregar um total de 46 milhões de doses ao PNI, que distribuirá o produto para todos os estados do país.
O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu na semana passada que os governos estaduais podem comprar vacinas diretamente de laboratórios caso o ministério não consiga disponibilizá-las em número suficiente para vacinar as populações de seus estados.
Depois disso, também governadores do Nordeste entraram em contato com o fundo soberano da Russia para negociar a aquisição da Sputnik V.
Uma primeira negociação já tinha sido feita em setembro, coordenada pelo governador da Bahia, Rui Costa. Ela previa a entrega de 50 milhões de doses aos estados da região -do total, 10 milhões seriam disponibilizadas entre janeiro e março.
As tratativas, no entanto, esbarraram em diversas dificuldades: os estados não poderiam adquirir os lotes diretamente, e a Sputnik V ainda não foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Agora, o STF não apenas autorizou a compra direta como permitiu também a aquisição sem o crivo da agência - desde que a vacina tenha sido aprovada por orgãos reguladores estrangeiros renomados, o que é o caso da Sputnik V.
O problema, agora, é outro: no ano passado, cerca de dez países mostravam interesse em adquirir o imunizante russo. Neste ano, 39 já aprovaram seu uso, aumentando a demanda e diminuindo a oferta abundante do produto.
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