O Ministério da Saúde pretende investir cerca de R$ 140 milhões para compra de máscaras, toucas, luvas e medicamentos em caso de necessidade devido ao novo coronavírus. O objetivo é reforçar os estoques da rede de saúde e evitar um cenário de falta desses materiais no mercado, em um contexto em que cresce a busca por máscaras de proteção.
"Será a primeira vez que o ministério faz uma aquisição dessas num volume considerável", afirma o secretário-executivo do ministério, João Gabbardo dos Reis. Ele explica que, em geral, esses itens não costumam ser fornecidos pelo ministério - a responsabilidade por adquirir cabe aos hospitais.
O volume total de produtos a serem adquiridos não foi informado. De acordo com Gabbardo, a medida ocorre diante do receio de que haja falta de alguns deles no mercado nacional e para preparar a rede de saúde. "Se não for necessário para o coronavírus, vamos distribuir para os hospitais e Santas Casas, de maneira de que não vamos ter desperdício", diz.
Veja o que se sabe até agora sobre o novo coronavírus chinês Na última semana, o Ministério da Saúde já havia anunciado a intenção de alugar mil leitos extras de UTIs. De acordo com Gabbardo, a distribuição será feita de acordo com a necessidade de cada estado. A ideia é que a estratégia ocorra apenas de forma temporária. "Não ocorrendo necessidade, não serão instalados", afirma.
Pacientes infectados com o novo coronavírus descansam em um hospital improvisado convertido de um centro de exposições em Wuhan, província de Hubei, na Balanço divulgado nesta quarta-feira (5) pelo Ministério da Saúde aponta que caiu para 11 o número de casos em investigação no país de suspeita de infecção pelo novo coronavírus.
Até o momento, nenhum registro foi confirmado. Já o número de casos descartados chega a 21.
"Em todos os casos descartados, identificamos outro vírus", afirma o diretor do departamento de doenças transmissíveis, Julio Croda. A maioria dos diagnósticos têm apontado avaliação positiva para os vírus da gripe influenza B e influenza A. Também houve diagnóstico para rinovírus, comum a resfriados.
Para comparação, até terça-feira (4), eram 13 casos de suspeita de infecção pelo novo vírus e 16 descartados.
Entre os casos atualmente em investigação, 5 ocorrem no Rio Grande do Sul, 4 em São Paulo, 1 em Santa Catarina e 1 no Rio de Janeiro.
Destes, três já deram negativo para vírus mais comuns a sintomas respiratórios e, agora, aguardam resultado de exames mais complexos capazes de verificar se a infecção foi para o novo coronavírus ou outra possibilidade não testada inicialmente. Outros três que chegaram a essa etapa de análise já foram descartados.
De acordo com o ministério, o maior registro de casos na região Sul já era esperado por serem locais com maior incidência de problemas respiratórios.
No mundo, são 24.631 casos confirmados, a maior parte deles na China.
"Isso demonstra claramente que a transmissão local está concentrada na China, e 66% em Hubei", afirma Croda. Segundo ele, todos os casos em outros países são de pacientes que vieram de Wuhan ou que tiveram contato com casos importados confirmados - daí a avaliação de que ainda não há transmissão maior nestes locais.
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