Mais de dois anos após o começo da pandemia, o Ministério da Saúde vai ofertar no SUS um medicamento indicado em bula contra a Covid-19.
A pasta comandada por Marcelo Queiroga publicou nesta sexta-feira (1º) a incorporação do tratamento com baricitinibe à rede pública para pacientes adultos, hospitalizados e que necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal.
Fabricado pelo laboratório Lilly, o anti-inflamatório é usado principalmente no tratamento da artrite reumatoide.
A Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde) recomendou a incorporação do produto ao SUS na quarta-feira (30).
O governo ainda não divulgou estimativa de quantos pacientes devem receber o produto e qual deve ser o preço para a compra do medicamento.
"Os estudos analisados pela Comissão apontam que o uso do medicamento pode contribuir para uma redução significativa de mortes por Covid-19 de pacientes adultos hospitalizados e que necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal, ou que necessitam de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva", disse a Saúde, em nota.
Relatório da Conitec cita estimativa de custo de R$ 1,53 milhão em cinco anos ao ofertar o produto. O valor considera redução de gastos com outras intervenções e a compra do produto, por exemplo.
Hoje a primeira geração de medicamentos contra a Covid-19 é encontrada apenas na rede privada.
O governo Jair Bolsonaro (PL) já ofertou medicamentos sem eficácia para a Covid-19 no SUS, como a cloroquina e a hidroxicloroquina. Como mostrou a Folha, estas drogas hoje estão estocadas e sem uso.
Ainda assim, a ala pró-cloroquina no Ministério da Saúde se mobilizou para boicotar a discussão sobre vetar o uso do "kit Covid" na rede pública.
O baricitinibe é registrado no Brasil para o tratamento de artrite reumatoide e dermatite atópica. Em setembro de 2021, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a indicação contra a Covid-19.
O produto já foi recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) no tratamento da Covid-19.
"De forma mais específica, ele diminui a ação da interleucina-6 (IL-6), substância ligada à ocorrência de reações inflamatórias geradas por diversas doenças e se apresenta com níveis elevados em casos mais graves da doença", afirmou a Saúde.
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