O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Carlo Gorinchteyn, disse nesta quarta-feira (21), que foram identificados no Estado nove casos de transmissão comunitária da variante Delta do novo coronavírus, dos quais sete na capital e outras duas no Vale do Paraíba, nos municípios de Pindamonhangaba e Guaratinguetá. Em entrevista coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, o secretário informou que o governo está atento ao trabalho de monitorização e bloqueio do vírus.
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que a transmissão comunitária da variante preocupa não só o Estado de São Paulo, mas também o Brasil. "Tudo indica que ela terá uma importância epidemiológica", afirmou o diretor, dizendo ser necessário tomar todo o cuidado para conter a disseminação da variante. A variante é apontada como uma das responsáveis pelo recrudescimento de surtos de covid-19 em outros países, uma vez que apresenta maior facilidade de transmissão.
Segundo destacou o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), apesar da circulação de novas variantes, a transmissão da covid-19 no Estado passa por período de desaceleração e os índices de ocupação dos leitos de UTI são os menores registrados no ano. Garcia informou que, para a próxima quarta-feira (28), é esperado o anúncio de novas medidas do Plano São Paulo, de quarentena heterogênea, em linha com o momento que vive o Estado Segundo ele, a transmissão comunitária da variante Delta não traz a expectativa de atraso na flexibilização das medidas de isolamento.
A Coordenadora do Programa Estadual de Imunização (PEI), Regiane de Paula, anunciou que a partir de sexta-feira, 23, todas as gestantes que receberam a primeira dose da vacina AstraZeneca contra a covid-19 podem completar sua imunização com a vacina da Pfizer. A coordenadora destacou a importância da vacinação e ressaltou a necessidade de o grupo completar o ciclo vacinal.
Em maio, a aplicação da vacina da AstraZeneca em grávidas foi suspensa após suspeita de que o imunizante poderia levar a casos de trombose e a óbito. A decisão do governo do Estado de aplicar doses distintas no grupo de grávidas e puérperas contraria recomendação do Ministério da Saúde no início de julho pela não intercambialidade entre vacinas. Em outros lugares, como no município do Rio de Janeiro, a vacinação de grávidas segue com a troca de vacinas, apesar das orientações do ministério.
Segundo a presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo (Sogesp), Rossana Pulcineli, há estudos iniciais que apontam para a redução de efeitos adversos e garantia da imunidade com a troca dos imunizantes no grupo. "A gente tem uma certeza: deixar estas mulheres desprotegidas por períodos de até 10 meses traz uma incoerência muito grande com nosso apelo a toda população para que receba a segunda dose", destacou a médica.
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