Após iniciar seu mandato com uma revanche contra o grupo de seu antecessor deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e depois voltar atrás, o recém-eleito presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fez um discurso sobre superar antagonismos, ao lado do presidente da República Jair Bolsonaro.
"A hora é de superarmos antagonismos, deixarmos para trás eventuais mágoas e mal-entendidos e unirmos forças para que saiamos maiores desta crise, para que o povo brasileiro sinta-se bem representado por cada um de nós, sinta-se protegido e atendido nas suas necessidades prementes", disse Lira, durante seu discurso na abertura do ano legislativo no Congresso.
Nesta terça (2) pressionado por partidos de oposição, Lira recuou e aceitou novo acordo sobre a divisão dos cargos na Mesa Diretora, colegiado responsável por decisões administrativas e até políticas da Casa. Após desconsiderar os nomes apresentados pelo bloco que apoiou a candidatura derrotada de Baleia Rossi (MDB-SP), Lira foi alvo de ação no Supremo Tribunal Federal (STF), movida pelo PDT, e acabou voltando atrás.
No discurso desta quarta (3), ainda deu cutucadas em seu antecessor ao falar sobre paralisia interna. "Sigamos em frente, pois, com ânimo e determinação redobrados, para avançar nesta segunda metade de uma Legislatura, avançar porque poderemos romper a nossa própria paralisia interna provocada por problemas políticos passageiros que a História sequer irá registrar", completou.
Lira afirmou ter muito trabalho pela frente. "Ainda aguardam para serem votados a proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA) e 24 vetos presidenciais sobre diversos temas, que estão prontos para deliberação. A votação desses vetos é necessária para destrancar a pauta do Plenário do Congresso Nacional, de modo que possamos apreciar e deliberar sobre outros temas urgentes para a sociedade", disse.
Ele falou ainda que será necessário harmonia entre os Poderes constituídos e resguardada a independência de cada um deles. Citou ainda o auxílio emergencial, aprovado pelo Congresso no ano passado. "Garantiu a sobrevivência de milhares de famílias brasileiras e deu fôlego à nossa economia. A velocidade com que adaptamos nosso sistema de trabalho permitiu que esta Casa e o Senado Federal continuassem trabalhando sem expor Parlamentares e servidores a riscos potencializados pelas atividades presenciais", disse.
Em relação à pandemia disse ser um desafio de vacinar toda a população mundial. "Não é tarefa que possa ser levada a cabo em poucos meses", disse. "Mas nós podemos, sim, unir esforços com o Senado Federal, com o Executivo, com o Judiciário, com todas as instâncias que puderam ajudar e, de nossa parte, fazer o que estiver ao nosso alcance para facilitar a oferta de vacinas o amparo aos mais vulneráveis nesse momento mais dramático."
"São tantas as urgências, que o próprio esforço de elencar prioridades se torna um desafio. Por isso mesmo, já define o que chamo de maneira ainda vaga de 'Pauta Emergencial'. O que seria essa pauta? Esta Casa e o Senado é que irão dizer, com o Colégio de Líderes, as bancadas. Qual dentre todas as nossas urgências são aquelas mais prementes?", disse.
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