RIO DE JANEIRO - Até o primeiro trimestre de 2023, 55 milhões de pessoas de cinco anos ou mais de idade tiveram Covid-19 confirmada pelo menos uma vez por meio de teste ou diagnóstico médico no Brasil, estimou, nesta sexta-feira (24), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O contingente equivale a 27,4% da população total nessa faixa etária (200,5 milhões), ou quase 3 em cada 10 pessoas. Os dados integram um módulo da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) sobre a Covid-19.
De acordo com o IBGE, as estatísticas têm diferenças em relação a números do Ministério da Saúde porque parte dos casos pode não ter sido notificada nos sistemas oficiais. Os resultados do instituto se baseiam nas entrevistas da amostra da Pnad, que visita em torno de 210 mil domicílios no país.
O IBGE afirma que a região Centro-Oeste teve o maior percentual da população de cinco anos ou mais com casos de Covid-19 confirmados por testes ou diagnósticos médicos até o primeiro trimestre de 2023: 34,6%.
Sul (33,9%), Sudeste (30,4%) e Norte (23,9%) vieram na sequência. O Nordeste, por sua vez, teve a menor proporção: 18,4%.
O instituto também perguntou se a população de cinco anos ou mais considera que teve Covid-19 em alguma ocasião na qual não houve confirmação da doença por teste ou diagnóstico médico.
Essa informação, diz o IBGE, possui um grau de imprecisão, mas se faz necessária porque parte das pessoas pode não ter tido acesso à testagem e aos serviços de saúde — ou não ter procurado atendimento.
A partir dessa consulta, o IBGE chegou a uma estimativa de 68,8 milhões de pessoas que tiveram Covid-19 ou que consideram que desenvolveram o quadro até o primeiro trimestre de 2023.
Desse contingente, uma parcela de 4,2% (ou 2,9 milhões) apresentou sintomas e foi internada na primeira vez da doença, aponta o instituto.
O percentual de hospitalizações foi maior entre as pessoas que não se vacinaram: 5,1%. É o dobro da proporção de internações entre aquelas que tomaram duas doses ou mais do imunizante: 2,5%.
Para a parcela com apenas uma dose, o patamar de hospitalizações ficou em 3,9%.
Ao longo da pandemia, a imunização foi recomendada por especialistas como forma de frear o coronavírus e reduzir os casos mais graves da doença.
Entre as pessoas que tiveram ou consideram ter tido Covid-19, o IBGE investigou a persistência ou o surgimento de sintomas após 30 dias da infecção. Situações assim costumam ser chamadas de Covid longa.
A permanência ou o surgimento de sintomas após 30 dias foi apontado por 23% das pessoas de cinco anos ou mais que tiveram Covid-19 ou que consideram ter desenvolvido o quadro.
Entre a população que declarou sintomas recorrentes ou persistentes após a infecção, cansaço ou fadiga foi o mais citado: 39,1%.
Outros episódios comuns foram perda ou alteração de olfato e paladar (28,8%); dor no corpo, nos músculos ou nas articulações (28,3%); e problema de memória/atenção ou dificuldade na fala (27,1%).
Falta de ar ou dificuldade para respirar (21,6%) e dor de cabeça (20,1%) também registraram patamares acima de 20%.
Tosse (17,4%), insônia, ansiedade ou depressão (9,7%), febre (8%), outros (8%), problemas cardíacos (5,3%) e queda de cabelo (4,2%) completaram a lista apresentada pelo IBGE.
O órgão se baseou na percepção pessoal dos informantes. Não houve necessidade de confirmação da existência dos sintomas por médico, segundo o instituto.
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