> >
Incêndio em acampamento do MST deixa ao menos nove mortos no Pará

Incêndio em acampamento do MST deixa ao menos nove mortos no Pará

O fogo atingiu o acampamento Terra e Liberdade, onde vivem mais de mil famílias. O local fica em Parauapebas, a mais ou menos cinco quilômetros da terra reivindicada

Publicado em 10 de dezembro de 2023 às 15:28

Ícone - Tempo de Leitura 2min de leitura

Ao menos nove pessoas morreram em um acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no Pará, na noite de sábado (9). Segundo o movimento, um incêndio atingiu o local durante a instalação de internet, provocando uma descarga elétrica e explosão no local.

Pará
Ao menos 9 pessoas morreram no incêndio em uma área do MST no Pará. (Reprodução/Facebook)

O MST afirmou neste domingo (10) que uma empresa de internet local, chamada G5 Internet, fazia a instalação do sistema desde as 14h de sábado quando, por volta das 20h, dois trabalhadores tentaram fixar uma antena. O aparelho teria entrado em contato com a rede de alta-tensão da cerca do acampamento, provocando uma explosão. Alguns de barracos pegaram fogo.

Três pessoas da empresa e seis acampados do movimento morreram.

O fogo atingiu o acampamento Terra e Liberdade, onde vivem mais de mil famílias. O local fica em Parauapebas, a mais ou menos cinco quilômetros da terra reivindicada.

Em transmissão a jornalistas na tarde deste domingo, os diretores do MST no Pará Pablo Neri e Beatriz Luz relataram que o movimento reivindica terras de uma família da região, os Miranda, cujo patrimônio é de 60 mil hectares em três municípios da região amazônica.

A ocupação em Parauapebas não é na terra do fazendeiro, mas a mais ou menos cinco quilômetros de distância, segundo Pablo Neri. Trata-se, segundo o movimento, de um espaço provisório de ocupação.

Durante a coletiva, os dois porta-vozes não levantaram hipótese de incêndio criminoso, mas criticaram a atuação da empresa G5, que estaria despreparada e teria colocado seus funcionários em risco diante da falta de equipamentos de segurança e da jornada exaustiva.

"Não tivemos contato direto com a empresa, que não prestou atenção à tragédia. Ninguém nos procurou", afirmou Beatriz Luz. A reportagem entrou em contato com a empresa, mas ainda não obteve retorno.

O MST também criticou a atuação da Polícia Militar, que estaria há vários dias fazendo uma espécie de "segurança privada" da propriedade da família Miranda.

Representantes do Movimento Terra em Liberdade, que reivindica a terra no Pará, estiveram em Brasília na semana passada para tentar avançar na discussão de reforma agrária dessa região. O acampamento tem mil famílias e cerca de 2 mil moradores.

Segundo o movimento, não há mais risco no local e o governo federal teria disponibilizado ajuda médica, água e funerária.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais