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Incidência da Covid-19 na cidade de São Paulo chega a 11,1%

Incidência da Covid-19 na cidade de São Paulo chega a 11,1%

Os resultados da chamada fase 2 do inquérito foram divulgados nesta terça-feira (28) pela Prefeitura de São Paulo em entrevista coletiva

Publicado em 28 de julho de 2020 às 14:33

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Movimento no Viaduto do Chá em São Paulo durante a quarentena
Movimento no Viaduto do Chá em São Paulo durante a quarentena. (Rovena Rosa/Agência Brasil)

A terceira etapa do inquérito sorológico na cidade de São Paulo revelou que 11,1% da população na capital já contraiu o coronavírus.

Os resultados da chamada fase 2 do inquérito foram divulgados nesta terça-feira (28) pela Prefeitura de São Paulo em entrevista coletiva.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) visa realizar nove etapas (fases 0 até 8) do mapeamento sorológico na cidade. A pesquisa busca a soroprevalência, isto é, a presença de anticorpos específicos para o Sars-CoV-2 no sangue das pessoas, indicativo de que já houve contágio no passado.

Nesta nova etapa, que finalizou no dia 20 de julho, foram coletadas amostras de mais de 2.300 pessoas em 5,6 milhões de domicílios. A fase anterior analisou cerca de 2.800 amostras e obteve uma taxa de prevalência de 9,8%. A incidência atual da doença indica que cerca de 1,32 milhão de pessoas na capital tenha anticorpos para a doença.

Os dados chamam a atenção para o aumento da prevalência na população acima de 65 anos. Na fase 0, cerca de 4,2% dos já infectados tinham 65 anos ou mais. Essa taxa saltou para 5% na fase 1 e agora, na fase 2, para 13,9%.

Segundo o secretário municipal de saúde Edson Aparecido, a alta taxa de infecção em idosos pode ser explicada pela contaminação da população mais velha por jovens que moram no mesmo domicílio e tiveram que sair para trabalhar ou procurar emprego durante a pandemia.

Aparecido anunciou que o número de internações na última segunda-feira (27) foi de 8.923 nos hospitais públicos e privados, representando 75 internações por 100 mil habitantes. O número de óbitos é de 9 por 100 mil habitantes. A taxa de ocupação nos leitos de UTI está em 54%.

De acordo com o secretário, esses dados demonstram que a capital está, pelos critérios apresentados pelo Plano SP na segunda-feira, acima do pretendido de 40 internações por 100 mil habitantes e 5 óbitos por 100 mil para conseguir mudar de fase.

O prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB) anunciou que vai solicitar junto à SMS um plano de atenção especial para essa população mais idosa. "Esse é um dado perigoso [o aumento da incidência nos mais idosos], e precisamos reforçar nossa atenção com essa população que tem maior chance de vir a óbito ao contrair a Covid-19."

A positividade também foi mais elevada nesta terceira etapa nos domicílios com cinco ou mais pessoas (11,7%) em comparação à fase 1 (10,3%).

Como já havia sido detectado nas fases anteriores, a incidência da doença é maior na população preta e parda (14,1%), naqueles cuja renda mensal é mais baixa (17,7%) e com baixa escolaridade (36,7%). Covas também mostrou preocupação ao reportar os dados.

"É mais do que o dobro a incidência do vírus sobre quem tem somente ensino fundamental quando comparado a quem tem ensino superior. A parcela da população com menos instrução, assim como a parcela preta e parda, apresenta maior possibilidade de contágio", disse Covas.

Nessa terceira etapa, cerca de 39,7% dos indivíduos já contaminados foram assintomáticos. Para Edson Aparecido, esse dado reforça o que já foi encontrado em estudos em todo o mundo indicando a alta taxa de pessoas que contraem a doença e não apresentam sintomas e pode indicar o crescimento da doença na cidade sem uma pressão sobre os leitos hospitalares.

"Podemos pensar que na cidade de São Paulo podemos atingir a imunidade de grupo mais rapidamente e sem a necessidade de uma nova pressão no sistema de saúde", afirmou o secretário.

No entanto, a secretária-adjunta Edjane Maria Torreão Brito aconselhou que aguardar uma imunidade de grupo não é o caminho para contenção da doença na cidade, mas sim implantar ações como monitoramento e acompanhamento dos infectados, continuar o distanciamento social e as medidas de proteção e higiene.

A prefeitura afirmou que vai continuar o monitoramento anunciado na segunda etapa do inquérito de mais de 300 mil casos na capital.

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