A incidência de Covid-19 no Maranhão chegou a 40,4%, a maior taxa do Brasil. Isso representa quase 3 milhões de maranhenses contaminados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia.
Os dados são do inquérito sorológico realizado por uma equipe técnica da UFMA (Universidade Federal do Maranhão) e da Secretaria de Estado da Saúde. Foram analisadas 3.156 amostras de sangue em 69 municípios entre 27 de julho e 8 de agosto.
Apesar do alto número de infectados no Maranhão, a taxa de letalidade da Covid-19 no estado é de 0,17%. Segundo Antônio Augusto Moura, professor do Departamento de Saúde Pública da UFMA, essa é uma das menores taxas do mundo. O inquérito estima que 5.026 pessoas tenham morrido por alguma complicação em decorrência da doença.
A prevalência de infeção pelo novo coronavírus no Maranhão é muito superior do que a reportada em outras áreas do país: Fortaleza (14,2%), São Paulo (4,8%), Espírito Santo (2,1%), Ribeirão Preto (1,4%) e Rio Grande do Sul (0,22%). As outras avaliações, entretanto, tiveram amostras coletadas até meados de junho.
O relatório constatou que houve maior incidência de Covid-19 em domicílios com maior número de pessoas (acima de dois moradores) e que indivíduos com maior escolaridade foram menos afetados pelo coronavírus. Segundo o inquérito, sexo, idade, raça e renda familiar não tiveram impacto direto nos resultados.
"Esses resultados indicaram relação inversa da prevalência dos anticorpos investigados com a escolaridade mais elevada e com menor número de moradores, sugerindo que desigualdades sociais e composição do número de moradores nos domicílios podem ter maior influência na exposição ao SARS-CoV-2", diz o documento.
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