Pela quarta semana consecutiva, a ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para o novo coronavírus no estado de São Paulo ficou abaixo dos 60%, segundo o governo João Doria (PSDB). No estado, a ocupação ficou em 59,1%. Na Grande São Paulo, em 57,6%.
Na última semana, o número de novas internações caiu 7% em relação à semana anterior, e na capital essa queda foi de 6%, de acordo com os números divulgados pelo governo nesta segunda-feira (10). Por outro lado, o número de novas mortes pela Covid-19 cresceu 5% nesta semana epidemiológica, com 86 óbitos a mais que na semana anterior.
Segundo o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, esse aumento de mortes "é resultado da maior taxa de internações que ocorreu há duas semanas. A perspectiva é que tenhamos uma redução do número de mortes nas próximas semanas, frente à redução nas internações [que houve nesta semana]", disse.
O número de mortes em São Paulo chegou a 25.151, o que representa um quarto das vítimas da Covid-19 no país. Já foram confirmados 628.415 casos de contaminação entre os paulistas.
O governador João Doria começou a entrevista à imprensa afirmando que o país atingiu a marca dos 100 mil mortos no sábado (8) porque houve "desprezo pela ciência", em suas palavras. "Especialistas reconhecem hoje que o desprezo pela ciência, pela saúde e pala vida, e o desprezo por essa pandemia lamentavelmente contribuíram para que chegássemos a 3 milhões de casos e 100 mil mortes, o segundo pior índice do planeta", afirmou.
Depois, Doria aproveitou para falar diretamente do presidente Jair Bolsonaro. "Eu lamento ter que dizer que o presidente Jair Bolsonaro foi um omisso em relação a pandemia, omisso e negativista", disse. "Continua minimizando os efeitos dessa pandemia", afirmou o governador, para quem "não há tragédia igual na história do Brasil."
O governador concluiu dando um recado ao mandatário do país: "Presidente Bolsonaro, não era uma gripezinha."
No primeiro fim de semana de restaurantes e bares abertos até as 22h, o índice de isolamento no estado ficou em 48% no domingo (9) e em 43% no sábado, dia de final do campeonato paulista de futebol, o índice mais baixo para um sábado desde o começo das medidas de distanciamento social. Durante a semana, a taxa tem ficado entre 41% e 44%, de acordo com os números divulgados pelo governo.
O secretário Gorenchteyn afirmou que não é possível fiscalizar todo o estado para impedir aglomerações e pediu a ajuda da população, porque se as internações e mortes aumentarem -"muito possivelmente algumas regiões serão impactadas e terão que involuir", disse. "Não podemos delegar somente às autoridades esse papel, cada um de nós é responsável."
Fabricantes de vacinas têm alertado que, se o imunizante ao novo coronavírus for aprovado, pode faltar seringas para aplicá-lo no Brasil, conforme publicou o jornal Folha de S.Paulo nesta segunda.
Gorenchteyn negou a falta das seringas e afirmou que há uma licitação para comprar 30 milhões de unidades. "Não há nenhum desabastecimento, seja nos estoques, todos os sistemas de imunização ainda se mantêm."
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