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Janones diz que chamada terceira via é arrogante e prepotente

Janones diz que chamada terceira via é arrogante e prepotente

Deputado federal e pré-candidato à Presidência critica a falta de apelo popular de nomes como o de Simone Tebet (MDB), que se apresenta como a alternativa para escapar da polarização entre Lula e Bolsonaro

Publicado em 21 de julho de 2022 às 13:51

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André Janones, deputado federal pelo Avante MG, em entrevista para A Gazeta
André Janones, deputado federal pelo Avante-MG e pré-candidato à Presidência. (Fernando Madeira)
DANIELLE BRANT E RANIER BRAGON

Um dos integrantes do pelotão que aparece nas últimas posições das pesquisas eleitorais, o deputado federal André Janones (Avante-MG) afirma considerar arrogante e prepotente o movimento que hoje está personificado na presidenciável Simone Tebet (MDB) e é chamado de "terceira via" eleitoral.

O deputado aparece com 2% das intenções de voto na última pesquisa do Datafolha, em empate técnico com Tebet, que tinha 1%.

"Acho que a candidatura da Tebet, assim como era a mesma opinião que eu tinha em relação à de Eduardo Leite [PSDB], de Sergio Moro [União], falta esse apelo popular, falta justificativa de onde veio essa candidatura", disse Janones, citando nomes de pré-candidatos que ficaram pelo caminho (Leite e Moro).

Tebet foi apontada no início de junho como a candidata da autointitulada terceira via, formada por MDB, PSDB e Cidadania. A União Brasil, que inicialmente fazia parte da composição, decidiu lançar nome próprio, o deputado Luciano Bivar (PE).

A escolha de Tebet ocorreu após o ex-governador de São Paulo João Doria, inicialmente escolhido pelos tucanos em uma prévia na qual derrotou o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, abandonar a disputa em meio à crise que implodiu o PSDB.

Para Janones, o acerto entre os partidos foi um gesto de arrogância e prepotência. "Quando eles se reúnem no mês de abril e dizem o seguinte: olha, no dia 18 de maio nós vamos apontar quem é o candidato do campo democrático. Eu te confesso que, quando vi aquilo, me senti deslocado", disse.

"Eu sou o que então? Eles vão decidir? Então nós temos [o ex-presidente] Lula e [o presidente Jair] Bolsonaro, primeira e segunda via, direita e esquerda. O Ciro [Gomes], muito mais que eu, com 8% na pesquisa [hoje]. Eu acho isso desrespeitoso com todos", criticou.

Janones diz que vai chegar às vésperas do primeiro turno na terceira colocação, à frente de Ciro Gomes (PDT).

"Não vou nem chamar de modéstia. Isso é ser pé no chão, porque é uma análise real. A mesma capacidade de dizer que eu não sou o favorito e que é muito improvável um cenário em que eu vença as eleições, eu digo que é muito provável que eu termine em terceiro lugar", disse.

Parte da análise do pré-candidato pressupõe um cenário de derretimento de Bolsonaro e Lula na reta final das eleições, em um fenômeno parecido com a ascensão de Wilson Witzel no Rio de Janeiro e Romeu Zema em Minas Gerais.

"Acho o Bolsonaro extremamente competitivo, acho difícil de ele não estar no segundo turno. Cada vez que ele radicaliza mais, ele é mais negacionista, que ele fala mais besteira, mas ele agrada essa bolha de 20%, 25% que ele tem, que são os radicais", disse.

Apesar disso, ele afirma não ver o atual presidente como favorito em uma disputa no segundo turno.

O candidato do Avante tem sido procurado por petistas, que tentam fechar um acordo para obter apoio do partido ainda no primeiro turno. Janones diz que manterá sua candidatura, apesar de reconhecer que a decisão final caberá à legenda.

As convenções que oficializarão os nomes dos candidatos serão realizadas do dia 20 de julho a 5 de agosto.

"Eu tenho na minha base de seguidores nas minhas redes sociais eleitores de Lula e de Bolsonaro. Afastou um pouco o bolsonarismo, hoje eu diria que tenho um pouco mais de eleitores do Lula por conta de eu ter me posicionado muito a favor da vacina, a favor da ciência, das máscaras, contra o voto impresso, a favor da urna eletrônica. Essas posições me afastaram um pouco do bolsonarismo."

"A minha candidatura não está em jogo, não está na mesa para ser negociada. Óbvio que a do Ciro não está, que o Ciro não vai aceitar ser vice do Janones. O Lula não vai aceitar ser vice do Janones. Se minha candidatura está colocada, qual o propósito de eu me reunir com o Ciro? Bater papo, tomar um café? Podemos fazer isso, vai ser um prazer imenso, mas depois das eleições."

Ele se mostrou pouco otimista na busca por seu próprio vice. "Não sou otimista em relação a esse assunto. Espero ser surpreendido, mas não acredito que a gente consiga atrair nenhuma grande legenda para coligar conosco."

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