O ex-ministro José Dirceu se reencontrou com Lula na noite de sexta-feira (8), em Curitiba, pouco depois de os dois saírem da prisão.
Os petistas foram a uma festa organizada para o ex-presidente na capital do Paraná, no apartamento de um amigo no bairro Batel. Foi o primeiro encontro deles desde o escândalo do mensalão, em 2012.
Além de posarem para fotos, Dirceu gravou um vídeo ao lado do vice-presidente do PT, o deputado estadual Emídio de Souza (PT-SP), que o apresentou como "grande companheiro, nosso comandante José Dirceu, que também saiu da prisão graças à decisão tomada ontem [quinta, 7] pelo STF".
Dirceu agradece aos militante do PT pela solidariedade e afirma que é preciso trocar a bandeira "Lula livre" pela da retomada do poder, deixando claro que eles defendem o socialismo.
"Eu estava na trincheira da prisão. Agora estou aqui de novo na trincheira da luta. Agora não é [a] do Lula livre. Agora é para voltarmos e retomarmos o governo do Brasil", afirma o ex-ministro. "E para isso precisamos deixar claro que somos petistas, de esquerda e socialistas. Somos tudo o contrário do que esse governo está fazendo. Uma boa noite para vocês, viu."
A soltura do ex-presidente ocorreu um dia após o Supremo Tribunal Federal ter decidido, por 6 votos a 5, que um condenado só pode ser preso após o trânsito em julgado (o fim dos recursos). Isso alterou a jurisprudência que, desde 2016, tem permitido a prisão logo após a condenação em segunda instância.
A decisão do Supremo, uma das mais esperadas dos últimos anos, tem potencial de beneficiar cerca de 5.000 presos, segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça). O Brasil tem, no total, aproximadamente 800 mil presos.
Em discurso duro de 16 minutos ao sair, o petista falou em "safadeza" e "canalhice" do que chamou de "lado podre" do Ministério Público Federal, da Polícia Federal, da Justiça e da Receita Federal. Setores que, segundo ele, trabalharam para criminalizar a esquerda, o PT e o próprio Lula.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta