A força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro denunciou o ex-governador do Estado, Sérgio Cabral, e o "doleiro dos doleiros" Dario Messer por esquema de evasão de divisas e lavagem de US$ 303 mil (cerca de R$ 1,7 milhões) realizado em 2011. O ex-presidente do Banco Prosper, Edson Figueiredo Menezes, também foi denunciado.
De acordo com o Ministério Público Federal, recursos obtidos por corrupção e licitações fraudulentas foram movimentados por Messer e Menezes (codinome "Gigante") a serviço de Cabral. O esquema consistiu na compra de US$ 303 mil em vinhos em um leilão internacional para o ex-governador fluminense, cujo valor foi ressarcido pela rede de doleiros de Messer.
A Procuradoria identificou transações de Cabral com o valor equivalente a US$ 303 mil em reais para conta nas Ilhas Cayman administrada pela offshore Remo Investments, de Menezes. O dinheiro foi repassado por intermédio da rede de doleiros de Messer.
A denúncia foi apresentada perante a 7ª Vara Federal Criminal do Rio, comandada pelo juiz Marcelo Bretas. Caberá ao magistrado decidir se acolhe o caso e coloca Cabral, 'Gigante' e o 'Doleiro dos doleiros' no banco dos réus. O trio poderá responder pelos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, cujas penas chegam a vinte anos de prisão e reparação aos cofres públicos no valor estimado de R$ 1,7 milhões.
Cabral está preso desde novembro de 2016, quando foi detido na Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato Rio. O ex-governador já foi condenado a penas que somam 282 anos de prisão e teve pedido de soltura negado pelo STJ ao alegar vulnerabilidade perante o novo coronavírus. Delator, Cabral firmou colaboração premiada com a Polícia Federal, homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin.
Dario Messer, por sua vez, é investigado na "Câmbio, Desligo" e é réu por crimes contra o sistema financeiro. O MPF acusa o doleiro de constituir um "grandioso esquema" de movimentação de recursos ilícitos no Brasil e no exterior por meio de dólar-cabo - operações de compra e venda da moeda estrangeira na qual o doleiro pede ao cliente que deposite o valor em reais em sua conta para transferir, a partir de outra conta no exterior, o valor convertido. O mecanismo burla os controles de fiscalização financeira.
Messer foi posto em regime domiciliar após ter suas prisões preventivas convertidas por decisões judiciais que seguiram a recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre a liberdade provisória ou prisão domiciliar a presos do grupo de risco do novo coronavírus. Ele estava detido desde julho de 2019, quando foi preso em São Paulo após ficar foragido da Justiça.
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