O candidato à Presidência da Câmara do Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), classificou como "um risco" a possibilidade de votação virtual para o cargo e elogiou a decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, que negou nesta sexta-feira, 22, liminar pedindo que a escolha pudesse ser feita remotamente. Pela decisão da ministra, a votação acontecerá no Plenário da Casa.
Segundo Lira, a possibilidade de influência dos governadores seria o principal problema da votação virtual. "Olha que risco. Você imagina se chega em um Estado e centraliza a sua bancada. O governador bota os deputados em uma sala, abre o telefone 'vamos votar aí'. Isso é pressão, isso é instigação, isso é quebra de voto, quebra de sigilo. Então, a ministra Rosa Weber entendeu não atender a liminar. O voto será presencial", disse.
O pedido de liminar pela votação virtual, em mandado de segurança, foi feito pelo PDT, que pedia um sistema híbrido, permitindo a deputados que não quisessem ir à Câmara escolherem seu candidato remotamente. A argumentação do partido foi a pandemia do novo coronavírus.
No segundo e último dia de agenda em Belo Horizonte, Lira defendeu ainda o retorno do funcionamento presencial da Casa que pretende comandar. "A câmara tem que voltar, como a principal casa do povo brasileiro, a funcionar presencialmente, guardando todas as condições sanitárias. Comissões especiais, comissões permanentes, Plenário, afastando ali, num sistema híbrido, parlamentares do grupo de risco e com comorbidades, mas temos que fazer isso", defendeu.
Lira tem o apoio de presidente Jair Bolsonaro na disputa pela Presidência da Câmara dos Deputados. A empresários, em encontro na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), na manhã desta sexta-feira, 22, afirmou, no entanto que, caso vença a disputa pelo cargo, a Casa será independente.
"A Câmara nunca se submeterá a outro poder, como às vezes aparece na imprensa", declarou. Em seguida, também disse que não vai atrapalhar a tramitação de projetos que possam contribuir para o desenvolvimento do país.
O candidato afirmou aos empresários que entre as suas prioridades está a reforma administrativa. Na sequência, a tributária. "O Brasil não aguenta passar 2021 brigando, discutindo, esticando corda. Precisamos dar demonstrações claras para a população, para quem produz, para quem segura esse país nas costas, de que Brasília não atrapalhará. E se ela não atrapalha, o Brasil dá certo".
Lira cumpriu dois dias de agenda política e com empresários na capital mineira. Na quinta-feira, 21, teve encontros em separado com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), com deputados estaduais e com o governador Romeu Zema (Novo). Em todas as reuniões deputados federais por Minas Gerais o acompanharam.
O coordenador da bancada de Minas no Congresso, Diego Andrade (PSD), afirmou que Lira terá 35 dos 53 votos da bancada do Estado. Segundo o candidato à Presidência da Casa, por onde anda "há claros sinais de vitória". O parlamentar apoiado por Bolsonaro na disputa afirmou já ter passado por 23 Estados durante sua campanha ao cargo.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta