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Lira convoca reunião do comando da Câmara para discutir prisão de Daniel Silveira

Lira convoca reunião do comando da Câmara para discutir prisão de Daniel Silveira

Deputado foi preso na noite de terça-feira (16) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, após fazer ataques a ministros do STF

Publicado em 17 de fevereiro de 2021 às 12:57- Atualizado há 4 anos

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Deputado federal Arthur Lira (PP - AL) em  Entrevista coletiva no Ministério da Economia. Foto de 11/08/2020
Arthur Lira é presidente da Câmara dos Deputados. (Luis Macedo/ Câmara dos Deputados)

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), convocou reunião extraordinária da Mesa Diretora para o início da tarde desta quarta-feira (17) com objetivo de discutir a prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ).

Silveira foi preso na noite de terça-feira (16) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é alvo de dois inquéritos na corte – um apura atos antidemocráticos e o outro, fake news.

Moraes é relator de ambos os casos, e a ordem de prisão contra o deputado bolsonarista foi expedida na investigação sobre notícias falsas.

Em uma rede social, Lira comunicou a reunião da Mesa e disse que, na sequência, haverá colégio de líderes para discutir o assunto.

Em uma primeira manifestação, pouco após a prisão do deputado bolsonarista, o líder do Centrão pediu "serenidade" e disse que se guiará pela Constituição no caso.

O presidente da Câmara disse que a Casa "não deve refletir a vontade ou a posição de um indivíduo, mas do coletivo de seus colegiados, de suas instâncias e de sua vontade soberana, o plenário".

"Nesta hora de grande apreensão, quero tranquilizar a todos e reiterar que irei conduzir o atual episódio com serenidade e consciência de minhas responsabilidades para com a instituição e a democracia", escreveu o presidente da Câmara no Twitter.

"Para isso, irei me guiar pela única bússola legítima no regime democrático, a Constituição. E pelo único meio civilizado de exercício da democracia, o diálogo e o respeito à opinião majoritária da Instituição que represento".

Por se tratar da prisão de um deputado federal, a decisão do ministro Alexandre de Moraes (STF) precisará passar pelo crivo do Plenário da Câmara, que tem o poder de derrubá-la.

Nesta terça, Silveira publicou na internet um vídeo com ataques a ministros do Supremo. Ao ser preso, voltou às redes sociais: "Polícia Federal na minha casa neste exato momento com ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes".

Pouco depois, o parlamentar postou um vídeo: "Neste momento, 23 horas e 19 minutos, Polícia Federal aqui na minha casa, estão ali na minha sala".

"Ministro [Alexandre de Moraes], eu quero que você saiba que você está entrando numa queda de braço que você não pode vencer. Não adianta você tentar me calar", afirmou.

Em nota, a liderança do PSL na Câmara, ocupada pelo deputado Vitor Hugo (PSL-GO), aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), saiu em defesa de Silveira.

O comunicado cita artigo da Constituição que diz que "deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos".

"Relativizar tal premissa é abalar a estrutura democrática do Brasil, ferindo mortalmente a separação dos poderes. No caso do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) não houve flagrante e a opinião do parlamentar não pode ser considerada crime inafiançável", indica o texto.

"Temos absoluta certeza que o Plenário da Câmara mostrará seu compromisso e juramento em defesa da Constituição Federal e restaurará a normalidade democrática no nosso país."

PLENÁRIO JÁ DERRUBOU DECISÃO DO STF

Em fevereiro do ano passado, o plenário da Câmara derrubou decisão do STF que afastou do mandato o deputado Wilson Santiago (PTB-PB).

Ele foi afastado do mandato no final de dezembro de 2019 em decisão do ministro Celso de Mello, decano do STF, sob o argumento de que a sua manutenção no cargo representava ameaça às investigações.

O parlamentar é acusado pelo Ministério Público de desviar verbas de obras contra a seca no sertão da Paraíba. Contra ele há, entre outros pontos, vídeos gravados pela Polícia Federal indicando a suspeita de que propina foi entregue em seu gabinete e em seu apartamento.

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