O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), voltou a atacar o aumento de preços da Petrobras, afirmou que um diretor da estatal era "bem pago" para buscar outras soluções além dos reajustes e disse que a Câmara vai discutir alternativas nesta quarta-feira (29).
Lira usou uma rede social para fazer críticas à Petrobras, um dia após a estatal reafirmar sua política de preços e admitir que os valores podem ser elevados para corrigir a defasagem atual.
"A Câmara dos Deputados está fazendo seu dever de casa para o país retomar a economia respeitando os limites fiscais e sendo responsável em todas as suas sinalizações para o mercado", escreveu Lira em uma rede social.
Ainda assim, prosseguiu, o dólar continua num patamar alto. "Junto com a valorização do barril de petróleo, a pressão no preço dos combustíveis é insustentável."
A seguir, o deputado citou o diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Cláudio Mastella, que, na segunda-feira (27), reconheceu que há hoje defasagem nos preços e disse que a empresa avalia aumentos.
"O diretor da Petrobras Cláudio Mastella diz que estuda com 'carinho' um aumento de preços diante desse cenário. Tenho certeza que ele é bem pago para buscar outras soluções que não o simples repasse frequente", criticou.
"Amanhã [quarta], vamos colocar alternativas em discussão no Colégio de Líderes. O fato é que o Brasil não pode tolerar gasolina a quase R$ 7 e o gás a R$ 120", concluiu.
Na segunda, cerca de cinco horas depois que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse discutir maneiras de reduzir o preço dos combustíveis, a Petrobras reafirmou sua política de preços.
"Começo afirmando que não há nenhuma mudança na política de preços da Petrobras", disse o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna. "Continuamos trabalhando da forma que sempre trabalhamos", completou, defendendo que uma Petrobras forte consegue dar maior contribuição ao país.
Silva e Luna repetiu que a empresa ainda segue a paridade internacional, mas não repassa volatilidades pontuais do cenário externo ao consumidor brasileiro.
Na manhã desta segunda-feira (27), Bolsonaro afirmou que havia se reunido com o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) para discutir formas de diminuir o preço dos combustíveis "na ponta da linha".
"Alguém acha que eu não queria a gasolina a R$ 4 ou menos? O dólar a R$ 4,50 ou menos? Não é maldade da nossa parte, é uma realidade. E tem um ditado que diz 'nada não está tão ruim que não possa piorar'. Nós não queremos isso porque temos um coração aberto", declarou.
A gestão de Silva e Luna reduziu de forma abrupta o ritmo de reajustes: a gasolina não é alterada desde 12 de agosto e o diesel, desde 6 de julho. E a pressão por reajustes tende a crescer, já que analistas começam a rever para cima suas projeções para a cotação internacional do petróleo.
O governo busca alternativas para reduzir os preços sem mexer na Petrobras, como a redução do percentual de etanol na gasolina ou a criação de um fundo de estabilização com recursos do pré-sal. Silva e Luna tem participado dos debates, segundo a agência Reuters.
A sugestão apresentada a integrantes do Ministério de Minas e Energia é a utilização de recursos do Fundo Social do Pré-Sal para a formação do fundo que bancaria os subsídios para evitar grandes volatilidades no mercado.
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