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Luiz Antônio Fleury Filho, ex-governador de SP, morre aos 73 anos

Luiz Antônio Fleury Filho, ex-governador de SP, morre aos 73 anos

Político do MDB governou São Paulo entre 1991 e 1994, em gestão que ficou marcada pelo "massacre do Carandiru"

Publicado em 15 de novembro de 2022 às 14:13

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SÃO PAULO - O ex-governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho morreu nesta terça-feira (15) aos 73 anos.  Natural de São José do Rio Preto, ele foi promotor de Justiça, secretário da Segurança Pública, deputado federal por dois mandatos e governador de 1991 a 1994.

Foi sob a sua gestão no governo do Estado que ocorreu o chamado massacre do Carandiru, no qual 111 presos foram mortos após a invasão da Polícia Militar ao complexo penitenciário na zona norte de São Paulo.

O ex-governador paulista Luiz Antônio Fleury Filho
O ex-governador paulista Luiz Antônio Fleury Filho morreu nesta terça-feira (15). (Alexandre Rezende/Folhapress)

Fleury chegou ao Palácio dos Bandeirantes pelas mãos de seu antecessor e padrinho político Orestes Quércia. Ambos depois romperam politicamente.

Em nota, a direção nacional do MDB lamentou a morte do ex-governador. A causa  do óbito não foi divulgada.

"Lamentamos a morte de Luiz Antônio Fleury Filho, que foi governador de São Paulo entre 1991 e 1994. Foi deputado, promotor Justiça e professor. Filiado ao MDB-SP, ele era membro da Executiva Estadual. Nossas condolências a familiares e amigos", afirmou Baleia Rossi, presidente nacional do MDB.

Fleury chegou ao governo paulista com o apoio do então governador Quércia, em 1987, como secretário da Segurança Pública - cargo de grande destaque naquela administração, por conta do crescimento da violência em São Paulo.

Com apoio de Quércia, foi eleito sucessor do governador em 1990. Os quatro anos da gestão de Fleury foram tumultuados e seu governo foi marcado pelo massacre do Carandiru.

Os problemas começaram logo no início da gestão, com denúncias de corrupção e enriquecimento ilícito contra Quércia. A situação agravou-se com a dívida e obras paralisadas herdadas da gestão anterior, fatos que abalaram a relação de Fleury com seu padrinho político.

Sobre o Carandiru, Fleury diz que ficou provado na Justiça que não houve, de sua parte, "qualquer ordem para matar".

"Eu voltava de helicóptero para São Paulo e não existia celular na época. Quando cheguei no Palácio dos Bandeirantes a invasão já havia ocorrido", afirma ele, sem citar a possibilidade de comunicação pelo rádio do helicóptero.

Ele diz que despontava como candidato à Presidência da República em 1994 e, com o massacre, suas chances se esvaíram. "O objetivo de meus adversários foi atingido."

Autoridades lamentam

Autoridades lamentaram  a morte do ex-governador de São Paulo. Presidente do MDB, Baleia Rossi, prestou condolências aos amigos e familiares e lembrou que Fleury Filho foi membro da Comitiva Estadual do partido. 

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), deu destaque para o fato de os dois serem da região de São José do Rio Preto, no interior paulista. "Da região de Rio Preto, assim como eu, sempre valorizou a força do interior."

O ex-governador de São Paulo João Doria lamentou a morte de Fleury Filho. "Tivemos sempre uma relação respeitosa e republicana."

Ciro Gomes, governador do Ceará na mesma época em que ele comandava São Paulo, lembrou de uma cooperação entre os dois Estados. "No episódio do sequestro de Dom Aloísio Lorscheider, Fleury nos ajudou enviando uma equipe da polícia de São Paulo especializada em libertação de reféns."

Edinho Araújo, prefeito de São José do Rio Preto, cidade onde nasceu o ex-governador, decretou luto oficial de três dias. "Fui deputado estadual quando ele governou São Paulo (1991-94) e vi seu trabalho e dedicação a região de Rio Preto, sua terra natal, como a luta pela estadualização da Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto)."

Baleia Rossi ainda destacou realizações de infraestrutura na gestão do ex-governador. "Fleury teve um mandato marcado pela consolidação de obras importantes que ajudaram a desenvolver ainda mais o nosso Estado de São Paulo."

Com informações da Agência Estado

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