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Lula acertou ao não ser agressivo, mas errou ao não rebater corrupção, avalia campanha

Lula acertou ao não ser agressivo, mas errou ao não rebater corrupção, avalia campanha

Petista foi orientado a evitar agressividade para conquistar voto de indecisos; mas aliados dizem que faltou responder com mais contundência a ataques de Bolsonaro, em debate na Band

Publicado em 29 de agosto de 2022 às 15:36

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  • Mônica Bergamo

SÃO PAULO - O ex-presidente Lula (PT) foi orientado a baixar o tom no primeiro debate presidencial na TV, na noite de domingo (28), para não passar a impressão de agressividade. De acordo com estrategistas de sua campanha, o petista precisa dialogar com os eleitores indecisos, que têm demonstrado, nas pesquisas internas, aversão a candidatos que fazem ataques violentos a adversários.

Na avaliação de integrantes da campanha, no entanto, Lula teria errado na dose de comedimento, ao deixar de responder de forma mais contundente a Jair Bolsonaro (PL), que dirigiu a ele a primeira pergunta do debate.

Luiz Inácio Lula da Silva
Lula listou realizações de seu governo e não rebateu acusações de corrupção. (Renato Pizzutto / Band)

Em seu questionamento, o presidente citou delação de Antonio Palocci em que o ex-ministro da Economia acusou o petista de ter conta no exterior e de receber periodicamente pacotes de propina de R$ 50 mil.

Lula não contestou diretamente a informação, preferindo direcionar a resposta para realizações de seu governo.

O ex-presidente citou uma capitalização da Petrobras de R$ 70 bilhões, e afirmou que seu governo foi marcado "pela maior política de inclusão social, pela maior geração de empregos, pelo maior aumento de salário mínimo, pela maior política de investimento na agricultura familiar" e pela criação do Simples".

De acordo com integrantes da campanha, a resposta deixou a desejar e não convenceu eleitores indecisos, que esperavam dele maior firmeza na resposta.

O debate organizado por Folha de S.Paulo, UOL e TVs Bandeirantes e Cultura reuniu Lula, Bolsonaro, Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Luiz Felipe d'Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil) na sede da Band em São Paulo.

A delação de Palocci tem sido explorada pelos bolsonaristas também nas redes sociais, como forma de reavivar o antipetismo em alguns setores, e também para convencer eleitores mais jovens a desistir de voltar em Lula. Essa faixa do eleitorado era criança quando a Operação Lava Jato foi deflagrada.

A campanha de Lula comemorou, no entanto, o fato de Jair Bolsonaro ter tido um desempenho pior que o do petista.

De acordo com pesquisa qualitativa do instituto Datafolha feita com eleitores indecisos, Bolsonaro foi considerado aquele com o pior desempenho no debate presidencial.

Ele se saiu pior para cerca de metade dos participantes. Em segundo lugar, com menos da metade do percentual de Bolsonaro, aparece Lula.

O petista ficou atrás, no entanto, de Simone Tebet, que foi a mais bem avaliada, e de Ciro Gomes, o segundo candidato com melhor desempenho, de acordo com os eleitores ouvidos pelo Datafolha. Em seguida apareceram empatados os candidatos Luiz Felipe d'Avila e Soraya Thronicke.

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