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Lula, Ciro e Tebet rebatem ataque de Bolsonaro às urnas

Lula, Ciro e Tebet rebatem ataque de Bolsonaro às urnas

Presidenciáveis acusaram Bolsonaro de ter cometido crime de responsabilidade ao afirmar que urnas podem ser fraudadas, durante encontro com embaixadores

Publicado em 18 de julho de 2022 às 21:11

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BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de críticas de seus adversários na disputa pelo Palácio do Planalto e também do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por lançar dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro em reunião com cerca de 70 embaixadores, nesta segunda-feira (18), no Palácio da Alvorada. Presidenciáveis acusaram Bolsonaro de ter cometido crime de responsabilidade ao afirmar que as urnas são passíveis de fraudes sem apresentar provas. Pacheco disse que a segurança do processo não pode ser questionada.

"É uma pena que o Brasil não tenha um presidente que chame 50 embaixadores para falar sobre algo que interesse ao país. Emprego, desenvolvimento ou combate à fome, por exemplo. Ao invés disso, conta mentiras contra nossa democracia", escreveu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma mensagem no Twitter.

Novas urnas eletrônicas são apresentadas
Especialistas garantem a segurança das urnas eletrônicas para coletar os votos e consolidar o resultado das eleições. (Abdias Pinheiro / SECOM / TSE)

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, disse ser caso para impeachment. "Bolsonaro cometeu vários crimes de responsabilidade e temos que buscar instrumentos legais para retirá-lo do cargo. Sei que se trata de uma tarefa delicada porque temos uma figura como Arthur Lira na presidência da Câmara, a quem caberia dar andamento a um pedido de impeachment", afirmou, ao citar o presidente da Câmara e aliado de Bolsonaro, que controla a distribuição de verbas do orçamento secreto, pagas pelo governo em troca de apoio político no Congresso.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS), pré-candidata do MDB ao Planalto, convocou os outros presidenciáveis para reafirmar a confiança no sistema eleitoral e rebater Bolsonaro. "O Brasil passa vergonha diante do mundo. O presidente convocou embaixadores e utilizou de meios oficiais e públicos para desacreditar mais uma vez o sistema eleitoral brasileiro", escreveu a parlamentar, também nas redes sociais.

As afirmações de Bolsonaro já foram rebatidas pelo TSE e por especialistas, que garantem a segurança das urnas eletrônicas para coletar os votos e consolidar o resultado das eleições no País. Na reunião com os diplomatas estrangeiros, Bolsonaro distorceu informações sobre um inquérito da Polícia Federal e afirmou que hackers ficaram por oito meses dentro dos computadores do TSE e tiveram acesso a uma senha de um ministro da Corte. O tribunal já manifestou sobre o caso atestando que a investigação não concluiu por fraude nas eleições de 2018.

"Se o presidente não sofrer nenhuma consequência por seus atos criminosos na data de hoje, ele vai ter certeza absoluta de que poderá fazer qualquer coisa. De demonizar o pleito, a tentar um golpe", disse o deputado André Janones (Avante-MG), pré-candidato do Avante na eleição presidencial. "Bolsonaro deve ser o único presidente na história que contestou a validade da eleição que ele mesmo venceu. E continua insistindo em desacreditar o sistema que já o elegeu 6 vezes, e seus familiares outras 13 vezes", afirmou o presidenciável do Novo, Luiz Felipe d'Avila.

PACHECO DIVULGA NOTA PARA REAFIRMAR CONFIANÇA NAS URNAS

 Mais uma vez sem citar diretamente o presidente da República, Rodrigo Pacheco disse que a segurança do processo eleitoral não pode ser questionada. "A segurança das urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral não podem mais ser colocadas em dúvida. Não há justa causa e razão para isso. Esses questionamentos são ruins para o Brasil sob todos os aspectos", afirmou o senador.

Pacheco já se posicionou contra o discurso de Bolsonaro em relação às urnas eletrônicas e se reuniu com ministros do Supremo Tribunal Federal e integrantes das Forças Armadas nos últimos meses para defender a realização das eleições e o respeito ao resultado das urnas. "O Congresso Nacional, cuja composição foi eleita pelo atual e moderno sistema eleitoral, tem obrigação de afirmar à população que as urnas eletrônicas darão ao país o resultado fiel da vontade do povo, seja qual for", escreveu o presidente do Senado, nesta segunda, após a reunião de Bolsonaro com embaixadores.

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