SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cometeu uma gafe ao implicar que trabalho doméstico é "serviço da mulher" na sua fala durante um comício no Belém (PA), na noite de quinta-feira (1º). O candidato do PT à Presidência afirmou que o homem tem que ter a "dignidade de ajudar na cozinha".
"A gente quer que a nossa mulher seja respeitada. A gente quer que o nosso companheiro homem, quando a sua companheira trabalha, ele tenha dignidade de ir para a cozinha ajudar no serviço da mulher, que assim ele vai ser parceiro", afirmou o ex-presidente.
A fala gerou críticas ao ex-presidente entre usuários das redes sociais, que classificaram as declarações como machistas, e entre rivais na disputa pelo Planalto. "Hoje é um bom dia para relembrar que cuidar dos filhos e dos serviços domésticos é tarefa solidária do casal", escreveu o também candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT), em sua conta no Twitter.
O pedetista compartilhou um trecho de uma entrevista que concedeu ao programa Roda-Viva, em 1991, onde dizia não ver problema em cuidar dos filhos enquanto sua esposa viajava.
A fala de Lula ocorreu enquanto o candidato mencionava os ganhos sociais durante os governos petistas. "A gente quer criar os nossos filhos com o resultado do nosso trabalho. A gente quer cuidar da nossa família. A gente quer almoçar, jantar e tomar café todo santo dia", disse antes de mencionar a necessidade de o homem ajudar nos serviços domésticos.
Procurada pela reportagem, a assessoria de Lula afirmou que "a fala foi justamente que os homens deveriam dividir esses serviços domésticos".
Não e é a primeira vez que o petista é criticado por falas sobre as mulheres durante a campanha deste ano. "Mão de homem não foi feita para bater em mulher. Quer bater em mulher? Vá bater em outro lugar, mas não dentro da sua casa ou no Brasil, porque nós não podemos aceitar mais isso", disse em ato realizado no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, no dia 20 de agosto.
A fala também gerou críticas nas redes sociais e da candidata à Presidência Simone Tebet (MDB). Dois dias depois do comício, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi às redes defender Lula e classificou a fala como "uma frase mal colocada".
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