A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o partido considera histórica a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira (15) que manteve as anulações das condenações do ex-presidente Lula na Lava Jato e liberou o petista para disputar as eleições de 2022.
"Ele está feliz com a decisão, diria que está de alma lavada", afirmou ao jornal Folha de S.Paulo a deputada federal pelo Paraná. "Ele foi quem resistiu, quem lutou por isso desde o início. Sempre lembro de ele dizer que não trocava jamais sua dignidade pela liberdade."
Gleisi classificou como histórico o julgamento em que o plenário da corte confirmou a decisão do ministro Edson Fachin de que as ações contra Lula não tratavam apenas da Petrobras e que a competência da 13ª Vara Federal de Curitiba dizia respeito somente a processos com vinculação direta com a estatal.
A presidente da legenda, no entanto, evitou relacionar o resultado com o lançamento da pré-candidatura de Lula à Presidência, algo que os petistas dão como certo nos bastidores. "Não discutimos a candidatura ainda. Nem ele discutiu isso com as lideranças e as instâncias partidárias", afirmou Gleisi.
"Uma coisa a decisão de hoje [quinta] deixa clara: que teremos eleições livres em 2022, o que não tivemos em 2018. Se o Lula quiser ou não quiser, será uma decisão dele. Ninguém estará o tolhendo", completou ela.
Na mesma linha de Gleisi, outros dirigentes e parlamentares do PT afirmaram que o julgamento confirmou a tese defendida pelo partido de que Lula é inocente. "A partir deste momento se abre uma oportunidade para se colocar no lugar todas as coisas que estão fora do lugar", disse Gleisi.
"As sentenças contra o presidente foram anuladas de lavada no plenário, e Lula está livre para exercer sua cidadania, sua liberdade e seus direitos políticos", escreveu em uma rede social o secretário nacional de comunicação do PT, Jilmar Tatto.
A reabilitação eleitoral de Lula embolou o cenário eleitoral para 2022 e resultou em movimentações de forças que se contrapõem ao petista e ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tentará a reeleição.
O ex-presidente, no entanto, tem evitado se colocar como postulante e defendido que o partido concentre esforços na oposição a Bolsonaro e na defesa de medidas que considera urgentes, como a viabilização das vacinas contra a Covid-19 e o combate aos efeitos da crise econômica e ao desemprego.
Nos próximos dias, Lula deve iniciar uma série de viagens pelo Brasil para encontros com líderes políticos e representantes da sociedade, no que é considerado um movimento para pavimentar sua campanha para tentar retornar ao Palácio do Planalto.
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