O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na manhã desta quinta-feira, 23, que as suspeitas de que uma quadrilha ligada ao PCC pretendia atacar o senador Sérgio Moro (União Brasil), ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, são uma "armação" do ex-juiz federal.
"Mas isso, a gente vai esperar. Eu não vou ficar atacando ninguém sem ter prova. Eu acho que é mais uma armação, e se for mais uma armação ele vai ficar mais desmascarado ainda", continuou o presidente, durante visita ao Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro.
A Polícia Federal (PF) abriu na manhã desta quarta-feira, 22, uma operação batizada Sequaz contra uma quadrilha ligada ao PCC que pretendia atacar servidores públicos e autoridades, planejando assassinatos e extorsão mediante sequestro em quatro Estados e no Distrito Federal. Até o momento, nove investigados foram presos. Moro era um dos alvos da facção, segundo investigadores. Os criminosos se referiam ao ex-juiz com o codinome "Tóquio".
A ordem para deflagrar a operação partiu da juíza Gabriela Hardt, que foi substituta de Moro na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba na Operação Lava Jato. Gabriela substituiu Moro à frente dos processos da Lava Jato na capital paranaense após ele deixar a magistratura para entrar na política.
Lula questionou a decisão da juíza e disse querer saber os motivos que levaram à operação. Nas redes sociais, na manhã desta quarta, Moro comentou a atuação das forças de segurança. O senador afirmou que ele e sua família estariam entre os alvos de "planos de retaliação do PCC".
À época em que Moro era ministro da Justiça, ele coordenou a transferência e isolamento de lideranças da facção para presídios federais.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, repudiou o que chamou de "narrativas falsas nas redes sociais que tentam vincular" declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o ex-juiz Sergio Moro à Operação Sequaz, que investiga planos de ataque ao senador. "É vil, leviano e descabido fazer qualquer vinculação desses eventos com a declaração. É mau-caratismo tentar politizar uma investigação séria", afirmou.
Dino afirma que soube há 45 dias, pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), do planejamento para a execução de ações violentas. Logo em seguida, acionou a diretoria-geral da PF, relatou. Nessa linha, o ministro argumentou que "não há como" vincular declaração dada por Lula na terça (21), a uma investigação que tem meses".
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