O ex-presidente Lula (PT) fala nesta quarta-feira (10) pela primeira vez após ter as condenações na Operação Lava Jato anuladas pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Lula agora está livre para disputar a Presidência da República em 2022.
Ele não foi absolvido pelo magistrado. Fachin entendeu, anos após o início da operação, que não cabia à Justiça Federal de Curitiba, à Vara da qual o juiz Sergio Moro era o titular, julgar os casos relativos ao petista. E decidiu enviar as investigações ao Judiciário do Distrito Federal.
O ex-presidente havia convocado uma entrevista coletiva para a terça-feira (09), mas adiou o evento para esta quarta após o ministro Gilmar Mendes pautar, na 2ª Turma do STF, o julgamento sobre a suspeição de Moro, que acabou também adiado por um pedido de vista de Nunes Marques.
Em discurso, nesta quarta, o ex-presidente elogia a decisão que anulou as condenações, diz que foi vítima "da maior mentira jurídica em 500 anos" e também critica o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), seu virtual adversário em 2022.
O evento em que Lula se pronuncia ocorre no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, em São Paulo. O ex-presidente alfinetou Olavo de Carvalho, guru do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e lembrou que o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, já esteve no espaço, como astronauta. "Se ele não dormiu, ele viu que é a terra é redonda", afirmou. E sugeriu que Bolsonaro rebatesse Olavo, dizendo que a terra é redonda e não plana.
"Fiquei sabendo esses dias que tem 50 milhões de pessoas no mundo que acreditam que a terra é plana, vocês têm noção da loucura?", questionou, em outro momento.
Segundo ele, "a fake news elegeu um câncer, elegeu Bolsonaro".
O ex-presidente fez uma série de agradecimentos e entre eles citou o ministro Fachin, como autor de uma "decisão tardia" que, segundo Lula, reconheceu que o petista não cometeu crimes. Não foi essa a decisão do ministro do STF, no entanto.
"A Lava Jato desapareceu da minha vida", afirmou o ex-presidente. "A verdade venceu", complementou.
"Temos um presidente que preferiu cloroquina. Que falou de gripezinha, que ele é ex-atleta ... Isso não é papel de presidente da República", discursou Lula, em referência a Bolsonaro, ao comentar a pandemia de Covid-19. Ele lembrou das quase duas mil mortes diárias provocadas pela doença e que muitas delas poderiam ter sido evitadas.
Aos 75 anos, ele afirmou que vai se vacinar. "Não siga nenhuma decisão imbecil do presidente da República ou do ministro da Saúde. Tome vacina", pediu.
"Cadê o nosso querido Zé Gotinha? O Bolsonaro mandou ele embora porque achou que ele era petista. Ele era suprapartidário, era um humanista", afirmou.
"Logo, logo vai ter canhão para todo mundo. Esse povo não está precisando de arma. Está precisando de emprego, salário, carteira profissional, livro e educação", disse Lula.
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