SÃO PAULO - O ex-presidente e pré-candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou neste domingo (10) o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, 50, morto a tiros pelo agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho durante festa de aniversário da vítima, em Foz do Iguaçu (PR). Além de Lula, outros políticos fizeram críticas à violência, como o também presidenciável Ciro Gomes (PDT-CE), o ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) e o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
A Polícia Civil ainda investiga se o crime teve motivação política. A festa de Arruda era decorada com fotos de Lula e as cores do PT, partido ao qual o guarda era filiado. Segundo o boletim de ocorrência, Guaranho invadiu o local acompanhado da esposa e do filho gritando "Aqui é Bolsonaro".
O aniversariante não conhecia o agente penitenciário, que retornou à festa cerca de 20 minutos depois, sozinho e armado, e disparou contra Arruda. O guarda revidou e efetuou disparos contra Guaranho. Os dois não sobreviveram aos ferimentos.
Pelas redes sociais, Lula afirmou que Arruda comemorava a chegada dos 50 anos "com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha". O guarda municipal deixou mulher e quatro filhos, incluindo um bebê.
"Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda", disse Lula.
O ex-presidente também pediu "compreensão e solidariedade" com os familiares de Guaranho, "que perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável", referindo-se a Jair Bolsonaro (PL).
"Pelos relatos que tenho, Guaranho não ouviu os apelos de sua família para que seguisse com a sua vida. Precisamos de democracia, diálogo, tolerância e paz", disse Lula.
O pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) e o ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) também reagiram ao assassinato do guarda municipal em Foz do Iguaçu (PR).
Ciro disse que o ódio político precisa "ser contido", citando a morte de "dois pais de família" fruto de uma "guerra absurda, sem sentido e sem propósito". "É triste, muito triste, a tragédia humana e política que tirou a vida de dois pais de família em Foz do Iguaçu. O ódio político precisa ser contido para evitar que tenhamos uma tragédia de proporções gigantescas "
O ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil), que foi ministro de Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro, também repudiou o que classificou como violência política, sem fazer qualquer referência direta ao caso, em manifestação na sua página oficial no Twitter. "Precisamos repudiar toda e qualquer violência com motivação política ou eleitoral. O Brasil não precisa disso."
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) destacou que a morte de um militante do PT em Foz do Iguaçu em sua festa de aniversário de 50 anos é um reflexo da postura do presidente Jair Bolsonaro, que para ele estimula a violência no País.
"O assassinato de um líder sindical e dirigente partidário por um bolsonarista, mais que covardia, é tempestade gerada na usina de ódio e intolerância que Bolsonaro instila todo dia no coração dos brasileiros", apontou Renan Calheiros em uma mensagem na sua conta no Twitter. "Esse facínora precisa ser derrotado no primeiro turno."
Com informações da Agência Estado
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