O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que está pedindo ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, uma reunião emergencial do G20 -grupo das 20 maiores economias do mundo- para discutir a distribuição de vacinas contra a Covid-19 para o Brasil e países mais pobres.
A declaração foi dada à jornalista Christiane Amanpour, da CNN americana, em entrevista que teve trechos divulgados nesta quarta-feira (17). A íntegra será exibida nesta quinta (18).
"Eu estou sabendo que os Estados Unidos têm vacinas extras e que não vão usar toda essa vacina. E essa vacina, quem sabe, poderia ser doada ao Brasil, ou a outros países, ainda mais pobres, que não poderiam pagar", disse Lula.
"Uma sugestão que eu gostaria de fazer ao presidente Biden por meio do seu programa é que é muito importante chamar uma reunião do G20 urgentemente. É importante convocar os principais líderes do mundo e colocar na mesa uma questão: vacina, vacina e vacina."
Lula afirmou que não confia no governo do presidente Jair Bolsonaro para liderar esse esforço internacional pela vacinação e elogiou Biden.
"Eu estou pedindo ao presidente Biden para fazer isso, porque eu não acredito no meu governo. Eu não poderia pedir isso ao [ex-presidente americano Donald] Trump, mas Biden é um respiro de democracia no mundo", disse o petista.
Na entrevista à CNN americana, Lula também deixou clara sua intenção de concorrer à Presidência em 2022.
"Se quando chegar o momento de disputar as eleições, se o meu partido e os outros partidos aliados entenderem que eu posso ser o candidato, e se eu estiver bem de saúde, eu asseguro que eu não vou negar o convite."
Lula voltou a ser elegível para as próximas eleições depois que o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), anulou todas as condenações proferidas contra Lula pela 13ª Vara Federal da Justiça Federal de Curitiba, responsável pela Lava Jato.
Até então, o ex-presidente perdera os direitos políticos porque estava enquadrado na Lei da Ficha Limpa, já que ambas as condenações pela Lava Jato haviam sido confirmadas em segunda instância.
Na decisão, Fachin argumentou que os delitos imputados ao ex-presidente não correspondem a atos que envolveram diretamente a Petrobras e, por isso, a Justiça Federal de Curitiba não deveria ser a responsável pelo caso. Ele determinou que os casos sejam reiniciados pela Justiça Federal do Distrito Federal.
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