A mãe do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Olinda Bolsonaro, 93, foi vacinada contra a Covid-19 no último dia 12 no município paulista de Eldorado, onde reside. Confirmada pela reportagem, a informação foi adiantada pelo R7.
O coordenador do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo, João Gabbardo, chegou a parabenizar, em rede social, o presidente da República, atribuindo a ele a decisão de vacinar sua mãe. "Agora ajude a vacinar todos os idosos", disse. O comentário remete a declarações diversas de Bolsonaro, que minimizou a periculosidade da Covid-19 e muitas vezes se opôs à vacinação.
Questionada pela Folha sobre qual vacina a mãe do presidente tomou, a Prefeitura de Eldorado disse que "tendo em vista as solicitações da imprensa, para obtenção de dados das vacinas no município no mês de fevereiro, principalmente após a imunização da sra. Olinda Bonturi Bolsonaro na última sexta-feira (12), a Prefeitura Municipal da Estância Turística de Eldorado informa que não será possível a disponibilização de tais dados".
A justificativa pela negativa são "a regra geral de inviolabilidade do sigilo de dados, direito fundamental consagrado na Constituição" e outras razões jurídicas.
Apesar de ter feito críticas à vacinação contra a Covid-19 de forma geral e ter dito que não iria se vacinar, Bolsonaro dirigiu boa parte de seus ataques à Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan. A entidade é ligada ao governo do estado São Paulo, comandada por João Doria (PSDB), seu inimigo político.
A Coronavac foi a primeira vacina a ser aplicada em território nacional, o que deu a Doria vitória nos sucessivos conflitos que teve com Bolsonaro.
O presidente chegou a chamar a Coronavac de "vacina chinesa de Doria", disse que não compraria o imunizante e disse que a vacina não seria de confiança por causa de sua origem - a vacina é produzida pelo Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.
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