O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta sexta-feira (6) que os próximos seis meses serão decisivos para o fortalecimento ou enfraquecimento do governo de Jair Bolsonaro e disse que as eleições americanas podem ser um espelho para o Brasil em 2022.
Em uma videoconferência de macroeconomia do Itaú, ele comentou as perspectivas para as eleições de 2022 e disse que o fim das coligações partidárias deve ter impacto grande no processo eleitoral.
"Eu acho que, em relação a 2022, a gente tem que esperar os próximos seis meses", afirmou, a respeito da intenção do governo de encaminhar reformas, respeitar o teto de gastos e cortar despesas.
"Nós vamos ter que entender qual vai ser a decisão do governo. Os próximos seis meses do governo Bolsonaro serão decisivos para seu fortalecimento ou para seu enfraquecimento", afirmou.
Somado a isso, ele defendeu que se acompanhe a situação nos Estados Unidos. "O exemplo que a gente está vendo dos EUA, como é que esses movimentos mais radicais trabalham processos eleitorais e, principalmente, o processo de apuração", disse.
"Acho que isso pode ser um espelho para o Brasil. Não quer dizer que vá acontecer, mas pode ser", ressaltou.
Com uma disputa acirrada com o democrata Joe Biden, o presidente Donald Trump fez discurso questionando a apuração das eleições. "Se você contar os votos legais, eu ganho facilmente", disse o presidente, enquanto os votos ainda estão sendo contados em diversos Estados americanos.
Trump classificou como "ilegais" os votos enviados pelo correio ao contrário do que alega o presidente, isso é oficialmente permitido nos Estados Unidos. As declarações de Trump sobre votos ilegais são falsas.
Além disso, a campanha de Trump tem protocolado uma série de ações judiciais questionando a legitimidade da apuração e, em alguns estados, exigindo a recontagem das cédulas.
Maia afirmou que, no Brasil, o centro precisa encontrar um caminho, por ter convergência com a agenda econômica liberal do governo Bolsonaro, mas divergência em outras pautas.
"Mas eu acredito que novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março vão ser decisivos para organizar a eleição de 2022", disse, indicando que será possível ter mais clareza do caminho que o governo vai adotar na economia e se o Executivo terá coragem de tomar as medidas necessárias.
"Continuo defendendo as reformas, o teto de gastos. Acho que a gente tem que enfrentar, por mais duro que seja o corte de despesas no curto prazo, mas acho que a política, o movimento da política vai depender muito do governo", ressaltou.
Se o governo Bolsonaro estiver forte, isso terá influência na disputa, complementou.
"Sempre numa eleição com reeleição você tem um número menor de candidatos do que uma eleição sem reeleição", disse, lembrando que isso depende muito da força do governante.
"Então o movimento dos outros partidos vai depender muito dos próximos seis meses do governo, que acho que são decisivos."
Se o governo não se organizar, disse, terá "muita dificuldade". "Aí acho que vai abrir um cenário político para que outras correntes, não apenas um movimento de centro, possam pensar em construir suas candidaturas para 2022".
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta